Muitas pessoas ainda têm receio de tomar injeção, principalmente por relatos de dor, sensação de peso no braço e inchaços no local da aplicação. No entanto, essas reações podem ser reduzidas com técnicas adequadas, afirma a enfermeira Mayra Moura, mestre em tecnologia de imunobiológicos e gerente de farmacovigilância do Instituto Butantan, em entrevista ao VivaBem (UOL). Segundo ela, a maneira como a vacina é administrada impacta tanto o conforto do paciente quanto a eficácia do imunizante.
Dicas para tomar injeção
- Locais de aplicação: A maioria das vacinas deve ser aplicada no músculo, que tem alta irrigação sanguínea e absorve o imunizante mais rapidamente. Algumas vacinas, como as de febre amarela, catapora e tríplice viral, são administradas na gordura subcutânea, onde a absorção é mais lenta. Aplicação no local errado pode comprometer a resposta imunológica.
- Escolha da agulha: Muitos pacientes preferem agulhas menores, mas um tamanho inadequado pode fazer com que a injeção fique na gordura em vez de atingir o músculo. Quando isso ocorre, há maior risco de inflamação e desconforto.
- Técnica de aplicação: Injeções intramusculares devem ser aplicadas em ângulo reto (90 graus) para atravessar a camada de gordura e atingir o músculo. Injeções subcutâneas devem ser aplicadas em ângulo de 45 graus, com uma leve prega na pele para garantir a aplicação correta.
- Escolha do local da aplicação: O músculo deltoide, no braço, é o mais utilizado. A região ventroglútea, na lateral do quadril, pode ser uma alternativa menos dolorosa. No Brasil, essa técnica ainda é pouco adotada, exceto em Santa Catarina, onde há maior treinamento para essa aplicação.
A sensação de peso no braço após a injeção, segundo Moura, acontece porque o líquido se distribui entre as fibras musculares, provocando uma leve inflamação, semelhante à dor muscular após um treino intenso. Para minimizar o incômodo, é recomendado manter o braço relaxado durante a aplicação e adotar estratégias de distração, como conversar ou concentrar-se na respiração.
