Por mais de uma década, a SpaceX, comandada pelo bilionário Elon Musk, se manteve incontestável no setor de lançamentos espaciais com foguetes reutilizáveis.
O feito revolucionou a indústria ao reduzir drasticamente os custos e aumentar a frequência de lançamentos, algo que nenhuma outra empresa havia conseguido replicar em escala. Contudo, essa hegemonia, que parecia intocável, começa a ser ameaçada por um competidor de peso: a China.
Nos últimos anos, o país asiático acelerou de forma impressionante o desenvolvimento de foguetes reutilizáveis, com uma série de empresas privadas e estatais entrando na corrida para rivalizar diretamente com a SpaceX.
Como a China dribla as leis e desafia a liderança de 10 anos da SpaceX
O domínio da SpaceX foi construído com base no sucesso do Falcon 9, que há 15 anos realiza lançamentos e há quase uma década executa pousos controlados de seus primeiros estágios.
A reutilização, que se consolidou como uma vantagem tecnológica e econômica, transformou a empresa de Musk em líder absoluta no envio de satélites, missões científicas e cargas comerciais ao espaço.
No entanto, essa vantagem histórica não se traduz mais em tranquilidade. Na China, empresas como a LandSpace já demonstraram estar bem avançadas.
Em 2024, a companhia realizou um voo suborbital com seu protótipo Zhuque-3, atingindo 10 quilômetros de altitude e efetuando com sucesso um pouso controlado — um feito inédito no país até então. A previsão é que o primeiro voo orbital ocorra já em 2025.
Outras empresas seguem na mesma trilha. A Space Epoch, relativamente nova, surpreendeu o setor aeroespacial ao realizar um salto de 2,5 quilômetros no mar com seu veículo Yuanxingzhe 1, utilizando tecnologia de motores movidos a metano e oxigênio líquido, semelhantes aos usados na Starship da própria SpaceX.
Enquanto isso, a Deep Blue Aerospace, desde 2022, vem acumulando testes bem-sucedidos, embora tenha enfrentado desafios técnicos em 2024 durante um salto de maior altitude. Mesmo assim, a empresa continua firme no desenvolvimento do Nebula-1 e de uma versão de carga pesada, o Nebula-2.
Empresas chinesas ameaçam liderança da SpaceX
A gigante estatal SAST também não ficou para trás. Seus testes mais recentes chegaram a impressionantes 75 quilômetros de altitude, embora nem todos tenham terminado conforme o esperado.
Empresas como iSpace, Galactic Energy e Space Pioneer completam esse cenário de crescimento agressivo. Todas compartilham o mesmo objetivo: quebrar a supremacia da SpaceX e dominar um mercado que, até então, parecia reservado ao gênio de Elon Musk.
A disputa, que já deixou de ser uma promessa, agora é uma questão de tempo.