No Brasil, dirigir sob influência de álcool é uma infração gravíssima. A punição inclui multa de R$ 2.934,70, sete pontos na carteira e, em caso de reincidência, suspensão do direito de dirigir.
Por isso, muitos motoristas evitam qualquer gole de bebida alcoólica quando precisam assumir o volante. O que poucos sabem, no entanto, é que o risco de ser flagrado no bafômetro não está restrito à taça de vinho ou ao copo de cerveja.
Alguns alimentos comuns, como a banana madura, podem conter pequenas quantidades de álcool e elevar a concentração de etanol no organismo, o suficiente para acionar o alerta no aparelho.
Comer banana e dirigir pode dar multa de R$ 2.934,70
No caso específico da banana, o problema está no processo natural de amadurecimento. À medida que a fruta amadurece, ocorre a fermentação de açúcares, que gera uma quantidade residual de álcool.
Um estudo publicado no Journal of Analytical Toxicology apontou que a banana pode conter até 0,4% de etanol.
Embora esse percentual pareça insignificante, ele pode se acumular, especialmente se consumido em conjunto com outros alimentos fermentados ou industrializados, e levar o motorista a ultrapassar o limite de 0,33 miligrama de álcool por litro de ar alveolar.
Assim, neste caso, o nível de álcool atinge o patamar estabelecido pela legislação brasileira para caracterizar infração de trânsito, gerando multa.
Outros alimentos com álcool podem provocar multas
Além da banana, outros alimentos também apresentam risco semelhante.
Pães de forma industrializados, por exemplo, podem conter etanol residual, já que muitas empresas utilizam o álcool como base para conservantes antifúngicos. Testes apontaram que duas fatias de algumas marcas são suficientes para gerar leitura positiva no bafômetro.
Bebidas fermentadas como kefir e kombucha, apesar de rotuladas como não alcoólicas, frequentemente ultrapassam o limite legal de 0,5% de álcool por volume.
Até sucos naturais, como os de uva e maçã, e vinagres de vinho e balsâmico, possuem traços de álcool que podem surpreender no exame de fiscalização.
Para motoristas, o alerta é claro: mesmo alimentos considerados inofensivos podem gerar resultados inesperados em uma blitz. Embora os riscos à saúde sejam baixos em relação às quantidades envolvidas, as implicações legais são reais e imediatas.
Quem for flagrado com álcool no organismo, ainda que não tenha ingerido bebida alcoólica, pode acabar enfrentando os mesmos efeitos da infração — inclusive a multa de quase três mil reais.