Diante do avanço das mudanças climáticas, o futuro das grandes cidades costeiras do mundo se torna cada vez mais incerto, e as cidades flutuantes surgem como esperança.
Isso porque a elevação do nível dos oceanos ameaça comunidades inteiras, e soluções antes consideradas futuristas começam a ganhar espaço nas pranchetas de arquitetos e urbanistas.
Longe de serem apenas conceitos teóricos ou utopias tecnológicas, essas construções sobre a água já estão em estágio avançado de planejamento em diferentes partes do mundo — e podem sair do papel mais cedo do que se imagina.
Cidades flutuantes estão mais perto do que você imagina
Nas Maldivas, um país conhecido por suas praias paradisíacas, mas também pela vulnerabilidade ao aumento do nível do mar, a ideia das cidades flutuantes já chegou, e uma dessas construções está em desenvolvimento como medida de sobrevivência nacional.
Localizada em meio a mais de mil ilhas de baixa altitude, a proposta busca criar uma alternativa habitável para seus cidadãos caso parte do arquipélago se torne inabitável nas próximas décadas.
O projeto, além de moradias, prevê sistemas autossuficientes de energia e saneamento, formando um ecossistema urbano completo, mas adaptado ao oceano.
Enquanto isso, no Reino Unido, um modelo inovador propõe cidades flutuantes totalmente conectadas e movidas a fontes de energia renovável.
Desenvolvida pelos arquitetos da Luca Curci Architects em parceria com o designer Tim Fu, a plataforma integra moradias, espaços comerciais e centros de pesquisa.
A proposta visa não apenas enfrentar desafios ambientais, mas também repensar a forma como comunidades podem se estruturar de maneira sustentável.
Arábia Saudita e Dubai também preparam cidades flutuantes
Na costa saudita, dentro da ambiciosa iniciativa Neom, está o projeto Oxagon — uma cidade flutuante concebida para funcionar como polo industrial inteligente, estrategicamente posicionada próximo ao Canal de Suez.
A proposta alia logística marítima eficiente, inteligência artificial e neutralidade de carbono, tornando-se um exemplo de cidade do futuro voltada à economia e inovação.
Já em Dubai, os planos se voltam para o desenvolvimento do Dubai Reefs, considerado o maior recife artificial do planeta. Embora o foco principal seja a regeneração marinha, o projeto também prevê infraestrutura residencial, turística e educacional.
A proposta transforma o mar em um ambiente urbano multifuncional, onde ciência, lazer e moradia coexistem.
Esses projetos de cidades flutuantes mostram que viver sobre a água já não é mais ficção científica — é uma realidade em construção. E, considerando o cenário climático atual, essa realidade pode chegar antes do esperado.