Pesquisadores internacionais, liderados por especialistas do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França, realizaram uma descoberta que promete revolucionar a compreensão sobre os assentamentos pré-hispânicos na Amazônia.
Utilizando a tecnologia LiDAR, que emprega luz laser para penetrar a densa cobertura das árvores, a equipe identificou uma extensa rede de cidades que remonta a 2.500 anos, espalhadas pelo Vale Upano, no Equador Amazônico, região situada na parte oriental dos Andes.
Vale mencionar que o estudo, publicado na renomada revista Science em janeiro, detalha as características surpreendentes desses centros urbanos milenares.
Cidades que impressionam com sua estrutura urbana
Os achados revelam que essas cidades, muito mais organizadas do que se imaginava, apresentam ruas largas, estradas retas e praças amplas, além de aglomerados de plataformas monumentais. Segundo o principal autor do estudo, Stéphen Rostain, os assentamentos pré-hispânicos eram compostos por complexos urbanos planejados que demonstravam um alto grau de sofisticação.
É importante mencionar que o uso do LiDAR permitiu identificar mais de 6.000 plataformas em uma área de 600 km², evidenciando a dimensão e a complexidade desses núcleos urbanos.
Outro detalhe importante é que, durante o período entre 500 a.C. e 300 a 600 d.C., as culturas Kilamope e Upano transformaram os modos de habitação, construindo montes e organizando suas casas em plataformas de terra.
Essas estruturas eram agrupadas em torno de praças, que serviam de centro cívico e cerimonial. Isso porque as praças e plataformas revelam a importância dos centros rituais e políticos, essenciais para o sustento e a organização social dos antigos habitantes da região.
Impacto da descoberta
Além de comprovar que a região da Amazônia abrigou civilizações urbanas complexas há 2.500 anos, os achados podem reescrever a história dos assentamentos pré-hispânicos. Vale mencionar que, na região sul do Mato Grosso, também foram documentadas aldeias circulares com características semelhantes às encontradas nas descobertas do Equador Amazônico.
Essas aldeias, organizadas com praças centrais e extensas valas de contenção, demonstram uma rede de comunicação e sustentabilidade que permitia a conexão entre diferentes núcleos urbanos, evidenciando a existência de uma infraestrutura surpreendente.
É importante mencionar que a descoberta dessas cidades milenares tem implicações não apenas arqueológicas, mas também culturais e históricas. Ao revelar a grandiosidade dos assentamentos antigos, o estudo lança luz sobre a capacidade dos povos pré-hispânicos de transformar a floresta em um espaço de convivência urbana planejada.
Além disso, a tecnologia empregada, como o LiDAR, abre caminho para futuras investigações que possam identificar outras áreas inexploradas.