Internado na última terça-feira, 3 de junho, no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, o cantor e compositor Chico Buarque foi submetido a uma cirurgia neurológica para tratar um quadro de hidrocefalia de pressão normal.
De acordo com sua assessoria, o procedimento foi bem-sucedido, realizado sem intercorrências, e o artista segue em recuperação no quarto, com bom humor e previsão de alta nas próximas horas.
Embora o nome da condição médica tenha chamado atenção, muitos brasileiros ainda não sabem o que, de fato, representa esse diagnóstico.
Chico Buarque recebe diagnóstico de hidrocefalia de pressão normal
A hidrocefalia de pressão normal enfrentada por Chico Buarque é uma doença que atinge o sistema nervoso central e provoca o acúmulo de líquido cefalorraquidiano no interior dos ventrículos cerebrais.
Ao contrário de outras formas de hidrocefalia, essa variante não costuma causar um aumento expressivo da pressão dentro do crânio, o que torna o diagnóstico mais difícil e frequentemente confundido com sinais normais do envelhecimento ou com doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
Esse excesso de fluido, mesmo sem pressão elevada, pode comprometer áreas sensíveis do cérebro.
Os principais sintomas envolvem alterações na marcha, com dificuldade para andar ou manter o equilíbrio, perda de memória e incontinência urinária.
Esses sinais, isoladamente, podem passar despercebidos ou ser atribuídos à idade avançada, o que atrasa o diagnóstico e, consequentemente, o início do tratamento adequado.
Caso de Chico Buarque demonstra que diagnóstico precoce faz diferença
O caso de Chico Buarque é emblemático justamente por ilustrar como a detecção precoce e o acompanhamento especializado fazem diferença.
Aos 80 anos, o artista apresentou sintomas compatíveis com a condição e, após exames clínicos e de imagem, foi indicado para o procedimento de derivação ventrículo-peritoneal.
Essa cirurgia consiste na implantação de um tubo fino que drena o excesso de líquido do cérebro até a cavidade abdominal, onde é reabsorvido pelo organismo.
Especialistas apontam que, quando bem-sucedida, a intervenção pode reverter os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente. Estima-se que cerca de meio milhão de pessoas sofram com essa condição no Brasil, em sua maioria idosos.
Por isso, atenção a sinais como quedas frequentes, lapsos de memória e alterações no controle urinário é fundamental. O caso de Chico reforça a importância do diagnóstico correto e do acesso a tratamento especializado para preservar a autonomia e o bem-estar dos pacientes.