Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que o preço dos ovos subiu 15,39% em fevereiro, enquanto o café moído teve um aumento de 10,77% em relação ao mês anterior, o que vem assustando os consumidores.
Vale mencionar que os reajustes do café e ovos são atribuídos a questões climáticas, sazonalidade e fatores econômicos. Fique com a gente para saber o que está acontecendo com esses alimentos.
Entenda a crise do café e ovos
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a elevação dos preços dos ovos está diretamente ligada às condições climáticas e ao aumento do custo de produção.
Isso porque as ondas de calor registradas no Brasil reduziram a produtividade das aves, enquanto a alta no preço do milho, principal alimento das galinhas, aumentou os custos de alimentação dos produtores. O preço do milho subiu cerca de 30% desde julho de 2024.
Além disso, a Quaresma é um fator sazonal que influencia diretamente a demanda pelos ovos. Durante esse período, muitos consumidores optam por substituir as carnes vermelhas por proteínas alternativas, como peixes e ovos. Isso impulsiona as vendas e acaba refletindo nos preços.
Vale mencionar que, segundo analistas de mercado, mesmo após o fim da Quaresma, o preço dos ovos pode continuar elevado. Isso porque a alta nos valores das carnes bovina, de frango e suína tem levado os consumidores a buscar alternativas mais acessíveis, como os ovos.
Já o preço do café tem sido impactado por condições climáticas adversas e pelo aumento da demanda global. No Brasil, maior produtor mundial da commodity, as safras foram prejudicadas por estiagens prolongadas e mudanças no padrão de chuvas, afetando a produção de café arábica, que depende de um clima mais ameno e chuvas regulares.
Outro detalhe importante é que o cenário também se repete em outros países produtores, como o Vietnã, onde a falta de chuvas tem comprometido a colheita do café robusta. Dessa forma, a oferta reduzida em escala global tem elevado os preços no mercado internacional, pressionando o valor do produto também no Brasil.
Além disso, a alta do dólar influencia diretamente os custos, tornando a exportação mais vantajosa para os produtores. Com isso, menos café fica disponível para o mercado interno, encarecendo ainda mais o produto nas prateleiras dos supermercados.
Outro fator relevante é que o consumo de café segue aquecido no Brasil e no mundo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o consumo interno cresceu 1,1% entre 2023 e 2024, alcançando 21,9 milhões de sacas de 60 quilos. Isso demonstra que, mesmo com o aumento de preço, a demanda segue forte.