A segunda semana de junho trouxe mudanças no tempo em várias regiões do Brasil. A nebulosidade intensa e as pancadas de chuva que marcaram os primeiros dias da semana em partes do Sul de Minas Gerais, São Paulo e leste do Paraná foram apenas o prelúdio de uma frente fria que agora se intensifica e marca o início de uma poderosa onda de frio.
O avanço de uma massa de ar polar, associado a esse sistema frontal, vai provocar uma queda acentuada nas temperaturas em grande parte do país, incluindo áreas que normalmente não sofrem com resfriamentos tão rigorosos.
Ar polar ganha força e avança sobre o território nacional
A frente fria que passou pelo Brasil no fim de semana abriu caminho para uma massa de ar polar de grande intensidade, que já começa a influenciar o clima em diversos estados.
Segundo modelos meteorológicos como o ECMWF Charts, essa massa de ar frio avança rapidamente, atingindo inicialmente o Sul do Brasil e, em seguida, as regiões Sudeste, Centro-Oeste e até pontos do Norte e Nordeste.
O ar polar é particularmente forte nas regiões serranas e elevadas, onde as temperaturas devem cair drasticamente, com registros negativos em áreas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, sul do Paraná e na Serra da Mantiqueira.
Previsão de temperaturas negativas e geadas
Áreas como o planalto de Santa Catarina, interior do Rio Grande do Sul, sul do Paraná e as regiões de maior altitude no Sudeste, incluindo o sul de Minas Gerais e a divisa entre São Paulo e Rio de Janeiro, devem registrar fenômenos típicos de inverno rigoroso, como a formação de geada e até neve fraca em pontos isolados das serras do Sul, embora esse último fenômeno ainda não esteja confirmado.
As madrugadas serão especialmente frias, com previsão de mínimas de -2°C em partes da serra catarinense e valores entre 3°C e 6°C em cidades do interior gaúcho e paranaense. A onda de frio é considerada uma das mais intensas dos últimos anos para o mês de junho.
Sudeste e Centro-Oeste sentirão os efeitos com força
As temperaturas caem bruscamente também no Sudeste a partir desta terça-feira (10). Na Serra da Mantiqueira, que abrange trechos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, as mínimas devem alcançar marcas negativas.
Capitais como São Paulo e Rio de Janeiro não escaparão do frio, com temperaturas ao redor dos 11°C nas madrugadas, sensação térmica ainda menor e registros pontuais abaixo disso nas periferias e regiões de maior altitude.
No Centro-Oeste, o frio avança com força a partir de quinta-feira (12). Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás verão temperaturas entre 11°C e 12°C em municípios como Dourados, Campo Grande, Rio Verde e Jataí.
Embora os valores não sejam negativos, estão consideravelmente abaixo da média para esta época do ano e representarão uma mudança drástica no padrão de temperatura da região.
Norte e Nordeste também sentirão os reflexos
Embora o ar polar chegue ao Norte e Nordeste de forma mais enfraquecida, os estados do Acre, Rondônia e sul da Bahia devem experimentar uma queda nas temperaturas.
Nessas áreas, o frio não será rigoroso, mas perceptível o suficiente para representar um desvio em relação ao clima normalmente quente dessas regiões. A presença de ar mais seco e frio poderá provocar noites amenas, especialmente em cidades de maior altitude no Acre e no oeste da Bahia.
Temperaturas abaixo da média histórica
Segundo o modelo europeu ECMWF, a semana entre os dias 9 e 16 de junho apresentará temperaturas abaixo da média histórica em grande parte do Brasil. O frio mais intenso se concentrará no noroeste do Rio Grande do Sul e na tríplice divisa entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Esses dados indicam não apenas um episódio isolado de frio, mas uma anomalia significativa no comportamento climático para o mês de junho, que já sinaliza um inverno mais rigoroso do que o esperado.
Impactos e cuidados necessários com a população e agricultura
O avanço desta onda de frio traz implicações importantes para a saúde pública, agricultura e consumo energético. O aumento de casos de doenças respiratórias é comum em períodos de frio intenso, principalmente entre idosos e crianças.
A população em situação de rua também entra em estado de maior vulnerabilidade, exigindo ações emergenciais de acolhimento e distribuição de agasalhos e cobertores por parte dos governos municipais e estaduais.
No campo, o risco de geadas pode afetar lavouras sensíveis ao frio, como hortaliças, café e frutas, especialmente nas áreas de maior altitude do Sudeste e Sul. Os produtores devem se preparar para proteger suas plantações, evitando perdas significativas.
O consumo de energia também tende a subir, devido ao uso de aquecedores e chuveiros elétricos, o que pode impactar a rede em horários de pico.
A mudança climática global também deve ser levada em consideração, já que eventos como esse tendem a se tornar mais comuns e imprevisíveis nos próximos anos.