Atualmente, a caderneta de poupança, embora ainda seja a principal fonte de financiamento para o setor imobiliário, tem sofrido uma redução significativa devido ao aumento dos saques. Devido a isso, o Banco Central (BC) está em diálogo com a Caixa Econômica Federal para desenvolver um mecanismo temporário que capte recursos no mercado financeiro, com o objetivo de garantir a estabilidade do crédito habitacional.
Nesse contexto, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, revelou que a instituição, em parceria com os bancos, está estudando alternativas para substituir a poupança como principal fonte de recursos para a casa própria.
Além do novo financiamento
Essa iniciativa acontece em meio a alterações na política fiscal do governo federal, que pretende incluir as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) na base de tributação do Imposto de Renda. Até agora, esses títulos, amplamente utilizados para garantir o crédito imobiliário, são isentos de impostos. A medida integra um conjunto de ações voltadas a aumentar a arrecadação e ajustar as contas públicas, embora tenha gerado críticas por parte de entidades do setor de crédito.
De acordo com Galípolo, a diminuição dos recursos na poupança tem um caráter estrutural, já que outras opções financeiras apresentam maior rentabilidade, o que naturalmente incentiva a migração dos investidores. Ele destacou ainda que, com o aprimoramento da educação financeira, é esperado que os valores aplicados na poupança continuem a reduzir, refletindo a diversificação crescente dos investimentos por parte dos poupadores.
Outras medidas imobiliárias
Durante sua apresentação, o presidente do BC, evitou comentar sobre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da taxa de juros, atualmente fixada em 14,75%. Apesar da inflação ter registrado queda em maio, Galípolo destacou que não fornecerá indicações ou sinais ao mercado sobre possíveis alterações na Selic.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, que participou do evento Febraban Tech 2025, confirmou o envolvimento da instituição nos estudos para a identificação de novas fontes de financiamento imobiliário. Vieira defende a redução do compulsório — a porcentagem de recursos que os bancos são obrigados a manter depositados no Banco Central — como uma estratégia para ampliar a oferta de crédito para a casa própria. No entanto, essa proposta não é apoiada pelo Banco Central, que está em busca de alternativas mais estruturadas.