Na quarta-feira (26), o Banco Central (BC) apresentou o relatório técnico da primeira fase do projeto-piloto do Drex, o real digital. Os testes confirmaram a viabilidade da plataforma, mas ressaltaram a importância de estudos adicionais para assegurar a privacidade, a proteção de dados e a segurança das transações.
O relatório, com 73 páginas, descreve em detalhes as simulações feitas pelos consórcios participantes e pelo Banco Central, realizadas em um ambiente isolado para testar as tecnologias essenciais à segurança da operação.
Relatório do Banco Central
Para os testes, além das instituições autorizadas, foram criados usuários fictícios para simular transações com saldos reais de instituições financeiras. A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) também participou, viabilizando a emissão e liquidação de Títulos Públicos Federais (TPF) no modelo “Entrega contra Pagamento” (DvP).
Na fase inicial, três tipos de tokens foram avaliados: o Drex de Atacado, emitido pelo BC para instituições financeiras realizarem transações entre si; o Drex de Varejo, moeda digital disponível para clientes finais; e os Títulos Públicos Federais Tokenizados, com 25 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e seis milhões de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) emitidas.
Os testes foram bem-sucedidos, totalizando 1.263 operações com títulos públicos, 420 com Drex de Atacado e 5.500 com Drex de Varejo, incluindo transferências intra e interbancárias, além de 1.700 operações de queima de tokens.
Drex – a moeda digital
- Desafios apontados no relatório: Melhorar a anonimização de dados. Aperfeiçoar o controle de tokens. Expandir a programabilidade para permitir regras automatizadas em transações digitais. Integrar a tecnologia ao arcabouço regulatório. Garantir a segurança e privacidade dos usuários.
- Potenciais benefícios do Drex: Transformação de processos burocráticos, como compra, venda e transferência de imóveis e veículos. Facilitação da concessão de crédito. Modernização dos cartórios.
- Perspectivas para a segunda fase: Possibilidade de soluções para desafios pendentes, como a arquitetura de privacidade da plataforma. Expectativa de avanços inéditos no setor financeiro, segundo André Carneiro, CEO da BBChain.
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O Banco Central iniciou a segunda fase do Piloto Drex, selecionando metade das 101 propostas apresentadas, mas sem incluir novos casos devido à necessidade de acompanhamento técnico intensivo. O projeto do real digital começou a ser estudado em 2020, com diretrizes definidas em 2023 e avanços significativos no ano passado.