Diante do aumento da instabilidade climática, companhias aéreas brasileiras têm desenvolvido estruturas próprias de análise meteorológica, com o objetivo de ampliar a segurança e otimizar a tomada de decisões operacionais. Esses centros internos atuam de forma complementar às informações fornecidas pelos órgãos oficiais, seguindo uma tendência já consolidada entre grandes operadoras internacionais.
Entre as estratégias adotadas com base nesses dados estão o reforço no abastecimento de combustível em voos com previsão de mau tempo, medida que visa reduzir a necessidade de alternância de rotas e mitigar atrasos em cadeia, contribuindo para a manutenção da eficiência das operações.
Previsões do tempo das companhias
Com o objetivo de ampliar a precisão e a agilidade na tomada de decisões, as companhias aéreas têm investido na formação de equipes meteorológicas próprias, em complemento às previsões fornecidas por serviços oficiais.
- Azul: mantém uma célula de meteorologia operando 24 horas por dia desde 2020, em seu centro de controle de operações localizado em Barueri (SP).
- Latam: conta com um meteorologista atuando desde 2021 em Santiago, no Chile.
- Gol: incorporou um especialista em meteorologia no início de 2025, reforçando a importância dessa área diante das mudanças climáticas.
Além de interferir diretamente nas operações de voo, eventos climáticos extremos representam riscos adicionais à infraestrutura aeroportuária e à segurança da aviação. Aumento na incidência de turbulência, desgaste prematuro de pistas e maior consumo de combustível são alguns dos desafios que têm exigido maior preparação por parte das empresa.
Monitoramento oficial
No Brasil, o monitoramento meteorológico voltado à aviação é responsabilidade do Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (Cimaer), vinculado ao Decea, órgão da Força Aérea Brasileira. As informações são divulgadas pela plataforma Redemet, em colaboração com instituições como o Inpe e o Cemaden.
Com o avanço das mudanças climáticas, a Aeronáutica tem ampliado a rede de sensores e adotado práticas internacionais adaptadas ao contexto nacional, priorizando rotas mais eficientes, redução de tempo de voo e menor consumo de combustível — ações que reforçam a segurança e a sustentabilidade no setor aéreo.