Pela primeira vez, um avião com capacidade de atingir o espaço está oficialmente disponível para compra.
A novidade vem da empresa neozelandesa Dawn Aerospace, que anunciou a abertura de encomendas da aeronave espacial Mk-II Aurora, um veículo suborbital que promete transformar o acesso ao espaço ao unir tecnologia de ponta e operações simplificadas.
O lançamento comercial do Aurora está previsto para 2027, mas o marco histórico já está consolidado: trata-se da primeira aeronave reutilizável com capacidade de ultrapassar 100 km de altitude à venda no mercado.
Avião supersônico quebra recorde e já pode ser encomendado
A inovação não está apenas na performance, mas no modelo de operação. O Aurora é um avião espacial que decola e pousa horizontalmente, como uma aeronave comum, podendo utilizar pistas tradicionais de aeroportos e espaçoportos.
Essa característica elimina a necessidade de infraestrutura especial, o que reduz drasticamente os custos de operação e amplia a acessibilidade para universidades, centros de pesquisa, empresas privadas e agências governamentais interessadas em realizar experimentos ou missões em microgravidade.
Recentemente, o Aurora entrou para a história ao atingir velocidades supersônicas de Mach 1.12 e altitudes superiores a 25 mil metros. A façanha ocorreu durante seu 57º voo de teste, em novembro de 2024, sob controle remoto do piloto brasileiro Iagho Amaral.
O avião quebrou um recorde mantido por quase meio século pelo lendário caça F-15 Streak Eagle, ao completar a subida mais rápida a partir de uma pista convencional até acima de 20 km de altitude.
Avião pode ser usado em áreas de defesa e vigilância
Capaz de alcançar até Mach 3.5 — mais de 3.600 km/h — e operar com intervalos de menos de quatro horas entre os voos, o Aurora inaugura um novo patamar de frequência e eficiência nas missões suborbitais.
Ele pode transportar até 10 kg de carga útil, oferecendo até três minutos de microgravidade, essenciais para testes científicos e tecnológicos em condições extremas.
Isso abre oportunidades para áreas como pesquisa biomédica, testes de semicondutores e aplicações estratégicas de defesa e vigilância.
A comercialização do Aurora representa um divisor de águas na aviação espacial. Com ele, o conceito de “linha aérea espacial” deixa de ser ficção científica e passa a ser uma possibilidade real — pronta para decolar.