O prazo para o envio da declaração do Imposto de Renda (IR) de 2025 se aproxima. Com a abertura do período de envio pela Receita Federal na próxima segunda-feira (17 de março) e término em 30 de maio, muitos contribuintes precisam estar atentos aos detalhes para evitar erros que possam resultar em multas ou na famosa “malha fina”.
Além disso, esse é o momento em que muitos têm a chance de aumentar sua restituição, o que torna a declaração ainda mais importante. Para ajudar, compilamos um guia completo sobre como enviar a declaração do Imposto de Renda corretamente, desde os requisitos básicos até as dicas para otimizar a devolução de valores.
Quem deve declarar o Imposto de Renda 2025?
A primeira dúvida que surge é quem tem a obrigação de declarar o IR. A Receita Federal estipula uma série de critérios que determinam se o contribuinte precisa prestar contas ao fisco.
Requisitos principais incluem:
- Rendimento superior a R$ 33.704,00 no ano-calendário de 2024, incluindo salários, aluguéis e aposentadorias.
- Obtenção de ganho de capital na venda de bens ou direitos sujeitos ao imposto.
- Receita bruta superior a R$ 153.199,50 na atividade rural.
- Movimentação de valores na Bolsa de Valores acima de R$ 40 mil.
- Venda de imóveis, com ou sem isenção sobre ganho de capital.
Além disso, é importante estar atento às alterações anuais nas regras, especialmente no que se refere à faixa de isenção e valores mínimos.
Como enviar a declaração do Imposto de Renda?
Existem diversas formas de fazer a declaração. A Receita Federal disponibiliza o Programa Gerador da Declaração (PGD), que pode ser baixado no computador, além do aplicativo ou site Meu Imposto de Renda, para quem prefere declarar de forma mais prática, pelo celular ou computador. Para quem já possui mais experiência com o sistema, o e-CAC (Centro de Atendimento Virtual) também é uma opção.
Uma das funcionalidades mais vantajosas é a declaração pré-preenchida, onde a Receita Federal já preenche automaticamente diversos campos da sua declaração. Para usar essa opção, é necessário ter acesso à plataforma Gov.br e um certificado prata ou ouro. Para quem não possui esse nível de acesso, ainda é possível importar os dados da declaração do ano anterior.
Na hora de preencher a declaração, o contribuinte deve informar todos os rendimentos recebidos durante o ano, como salários, aluguéis, e ganhos provenientes de serviços prestados. Além disso, é necessário declarar os saldos em contas bancárias acima de R$ 140, assim como rendimentos de poupança. Dívidas superiores a R$ 5.000 também devem ser informadas, assim como os bens e direitos que você possua, como casa, carro, motos e até caminhões.
Como aumentar a restituição do Imposto de Renda?
Quem deseja otimizar a restituição pode recorrer a algumas deduções permitidas pela Receita Federal. Entre as principais, destacam-se:
- Dependentes: Ao declarar dependentes, o contribuinte pode abater um valor fixo para cada um.
- Educação: Despesas com educação, como mensalidades escolares e cursos universitários, são dedutíveis, com um limite anual de R$ 3.561,50 por dependente.
- Saúde: Não há limite para a dedução de despesas médicas, desde que devidamente comprovadas, mas é essencial guardar todos os recibos.
- Previdência Privada: Contribuições para previdência privada (limitadas a 12% do imposto devido) também podem ser deduzidas.
Lembre-se que alguns tipos de despesas, como cursos de inglês, academias e pré-vestibulares, não são dedutíveis.
Quais são os principais erros que levam à malha fina?
A malha fina é uma preocupação comum entre os contribuintes, pois ela pode atrasar a restituição e gerar multas. Entre os erros mais frequentes que causam problemas estão:
- Omissão de rendimentos: Esquecer de declarar algum rendimento, como bicos ou rendimentos de dependentes, pode resultar em problemas.
- Erro na dedução de despesas médicas: As despesas médicas podem ser deduzidas sem limite, mas é necessário apresentar a devida comprovação. A Receita Federal tem investido em ferramentas para combater fraudes nesse tipo de dedução.
Além disso, se houver divergências de dados, como valores declarados pelas fontes pagadoras e o que foi informado pelo contribuinte, o fisco pode questionar a veracidade da declaração.
Quais são os documentos necessários para declarar o Imposto de Renda?
Ao preparar sua declaração, é fundamental reunir toda a documentação necessária, como:
- Recibos e notas fiscais de despesas médicas e educacionais.
- Informe de rendimentos da empresa onde trabalha ou de fontes pagadoras.
- Extratos bancários, caso o saldo em conta ultrapasse os R$ 140.
- Documentos relativos à compra e venda de imóveis, veículos ou bens.
- Comprovantes de pagamentos como pensão alimentícia, contribuições ao INSS e despesas com empregados domésticos.
Esses documentos devem ser guardados de forma organizada para facilitar o preenchimento e evitar erros.
Como é feito o pagamento da restituição?
A restituição do Imposto de Renda é realizada em cinco lotes, com o primeiro previsto para o final de maio, no último dia do prazo para entrega da declaração. No entanto, os contribuintes que caírem na malha fina terão de corrigir a declaração antes de receberem o pagamento.
O pagamento da restituição tem uma lista de prioridades. Quem tem 60 anos ou mais, pessoas com deficiência ou doença grave, assim como contribuintes que utilizam a declaração pré-preenchida, têm prioridade na restituição.
Com as informações acima, você estará mais preparado para enviar sua declaração do Imposto de Renda 2025 de forma correta, evitando problemas futuros e, quem sabe, aumentando a restituição. Não deixe de aproveitar todas as deduções permitidas pela lei, para pagar menos imposto ou obter um valor maior na devolução do fisco.