Um estudo recente revelou uma curiosa característica da civilização antiga da Mesopotâmia: para eles, o amor era uma emoção sentida nos joelhos.
A descoberta, feita a partir da análise de registros em tábuas cuneiformes, mostra que os mesopotâmicos possuíam uma compreensão única sobre o corpo humano e sua relação com os sentimentos.
E não foi só o amor que surpreendeu — outras emoções também eram ligadas a partes do corpo que, hoje, dificilmente associaríamos a estados emocionais.
Amor era sentido nos “joelhos” na civilização antiga, diz estudo
A pesquisa se debruçou sobre textos em acádio, idioma falado por milênios na região da Mesopotâmia, localizada entre os rios Tigre e Eufrates.
Com base em um extenso banco de palavras e expressões, estudiosos perceberam que havia uma lógica cultural bastante distinta por trás da forma como essa civilização antiga compreendia o que sentia.
Apesar de conhecerem minimamente a anatomia humana, a forma como relacionavam emoções a órgãos e membros estava mais ligada à experiência sensorial do que a critérios fisiológicos.
Segundo os pesquisadores, o fígado, por exemplo, era frequentemente associado à alegria. Quando alguém se sentia feliz, o fígado era descrito como “iluminado” ou “aberto”, sugerindo uma espécie de expansão interna, talvez comparável a uma leveza sentida no corpo.
A raiva, por sua vez, era percebida nos pés — possivelmente porque, em momentos de fúria, a reação física envolvia movimento, pisadas firmes ou agitação.
Civilização antiga sentia amor nos joelhos
O amor, com sua complexidade e intensidade, era sentido pelos nativos da civilização antiga em várias partes: no coração, no fígado e, de maneira curiosa, nos joelhos.
Essa associação pode parecer estranha aos olhos modernos, mas faz sentido dentro de um contexto em que as emoções não eram vistas apenas como estados mentais, e sim como manifestações corporais visíveis e sentidas.
A escolha dos joelhos pode estar relacionada a uma sensação de fragilidade ou entrega que o amor desperta — uma metáfora para o ato de se ajoelhar, ou talvez um reflexo de como o corpo reage fisicamente à presença do outro.
Sem os conhecimentos anatômicos atuais, os mesopotâmicos construíram sua linguagem emocional a partir do que observavam e sentiam.
Para os antropólogos, essa perspectiva abre novas possibilidades de entendimento sobre como essa civilização antiga experimentava o mundo interior.
Mais do que uma curiosidade histórica, ela revela que a forma como sentimos e nomeamos as emoções está profundamente enraizada nas convenções culturais de cada sociedade.