Quando se fala em Alzheimer, muitas pessoas imaginam uma doença restrita a idosos. No entanto, o Alzheimer precoce, que pode surgir a partir dos 30 anos, desafia essa percepção e levanta um alerta importante para sinais que não devem ser ignorados.
A forma precoce da doença, embora rara, afeta cerca de 3,9 milhões de pessoas entre 30 e 64 anos em todo o mundo. Diferente do Alzheimer tardio, a versão que aparece em jovens frequentemente evolui de forma mais agressiva, impactando não apenas a memória, mas também outras funções cognitivas e motoras essenciais.
Os primeiros sinais do Alzheimer precoce podem ser difíceis de identificar, já que se manifestam de forma sutil e muitas vezes são confundidos com problemas de saúde comuns ou até com estresse. Dificuldade de concentração, alterações na coordenação motora, ansiedade elevada e mudanças comportamentais estão entre os sintomas iniciais.
“Embora a perda de memória seja um dos sintomas mais conhecidos do Alzheimer, em pessoas jovens, esse nem sempre é o primeiro indicativo”, explica o professor Mark Dallas, da Universidade de Reading. Ele reforça que fatores genéticos e condições de saúde podem acelerar o surgimento da doença.
Fatores de risco e predisposição genética para o Alzheimer
Certas condições podem aumentar o risco de desenvolver Alzheimer precoce. O sedentarismo, que afeta a saúde cardiovascular e cerebral, e lesões traumáticas na cabeça são fatores significativos. Além disso, uma predisposição genética também desempenha um papel importante. Mutações nos genes APP, PSEN1 e PSEN2 estão diretamente ligadas à doença.
Para aqueles com histórico familiar, testes genéticos podem ser uma ferramenta útil na detecção precoce da predisposição. “Saber o quanto antes permite intervenções que podem retardar o avanço da doença e proporcionar mais qualidade de vida”, ressalta Dallas.
Estilo de vida pode fazer a diferença
Apesar de não haver cura para o Alzheimer precoce, hábitos saudáveis têm mostrado eficácia na preservação da saúde cerebral. Um estudo italiano indicou que pessoas que se exercitam regularmente – mais de 2h30 por semana – apresentam melhores resultados em testes de memória, mesmo com predisposição genética.
Além disso, uma dieta rica em vegetais, frutas secas e chocolate amargo ajuda a combater a inflamação no cérebro e preservar funções cognitivas.
Se você ou alguém próximo apresenta sinais como dificuldades de concentração ou mudanças motoras, procure orientação médica. O diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida.