A descoberta de um peixe-leão (Pterois volitans) de 49 centímetros em Fernando de Noronha marca um novo recorde mundial para a espécie.
Esse animal foi capturado a 29 metros de profundidade por mergulhadores treinados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Até então, o maior exemplar conhecido media 47 centímetros e havia sido registrado no Caribe.
Além desse impressionante achado, uma operação separada retirou outros 61 peixes-leão do mar, evidenciando a proliferação da espécie invasora no arquipélago. Esse aumento populacional preocupa especialistas, que veem na presença de exemplares tão grandes um sinal de que a espécie já está estabelecida na região sem grandes dificuldades.
Perigo do Peixe-Leão para o ecossistema de Noronha
O peixe-leão é uma das espécies invasoras mais problemáticas do mundo. Originário do Indo-Pacífico, ele foi introduzido no Oceano Atlântico, provavelmente por meio do comércio de aquarismo, e rapidamente se tornou uma ameaça à biodiversidade marinha. Sua presença em Fernando de Noronha representa um grande desafio para a conservação do ecossistema local.
Entre os principais impactos negativos dessa espécie, destacam-se:
- Predação intensa de espécies nativas: O peixe-leão se alimenta de pequenos peixes e crustáceos, reduzindo a população de organismos essenciais para o equilíbrio do ecossistema marinho.
- Ausência de predadores naturais: Diferente do seu habitat original, onde há peixes que ajudam a controlar sua população, no Atlântico ele não encontra inimigos naturais.
- Capacidade reprodutiva elevada: Uma única fêmea pode liberar até dois milhões de ovos por ano, o que torna o crescimento populacional da espécie extremamente rápido.
- Perigo para seres humanos: Seus espinhos venenosos podem causar fortes dores e reações adversas em mergulhadores e pescadores que acidentalmente entrem em contato com o animal.
A captura de um peixe-leão de tamanho recorde em Noronha reforça o alerta para os impactos que essa espécie pode causar no arquipélago e em outras áreas do litoral brasileiro.
Estratégias para o controle da espécie em Fernando de Noronha
Desde que os primeiros exemplares foram registrados na região, especialistas têm desenvolvido diversas estratégias para conter a proliferação do peixe-leão em Fernando de Noronha. Entre as principais ações estão:
- Monitoramento contínuo: Equipes especializadas realizam mergulhos frequentes para identificar e capturar a espécie invasora.
- Educação e conscientização: Moradores e turistas são orientados sobre os riscos da presença do peixe-leão e incentivados a reportar avistamentos.
- Incentivo ao consumo humano: Em algumas partes do Caribe, o peixe-leão passou a ser utilizado na gastronomia local, o que ajudou a reduzir sua população. Essa estratégia também é considerada para Fernando de Noronha.
- Uso de tecnologias de captura: Armadilhas e métodos específicos estão sendo desenvolvidos para conter a espécie sem prejudicar outros organismos marinhos.
Pesquisadores, ambientalistas e autoridades continuam monitorando a situação e reforçando medidas para minimizar os impactos desse invasor.
A participação da comunidade local e o desenvolvimento de novas técnicas de controle serão fundamentais para impedir que o peixe-leão se torne um problema ainda maior para os ecossistemas brasileiros.