Desde o dia 6 de fevereiro, os aposentados, pensionistas e beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) terão um prazo maior para quitar seus empréstimos consignados.
A medida, oficializada por meio de uma instrução normativa do Ministério da Previdência Social e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), amplia o limite de pagamento de 84 meses (7 anos) para 96 meses (8 anos). Essa mudança tem impacto direto na vida de milhões de brasileiros, proporcionando maior flexibilidade financeira e rompimento no valor das parcelas monetárias.
O que é o Empréstimo Consignado?
O empréstimo consignado é uma modalidade de crédito em que as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento do beneficiário. Essa característica reduz o risco de inadimplência para as instituições financeiras, permitindo que as taxas de juros sejam menores em comparação com outros tipos de crédito.
Os principais beneficiários desse tipo de empréstimo incluem:
- Aposentados e pensionistas do INSS
- Servidores públicos
- Beneficiários do BPC
- Trabalhadores de empresas privadas conveniadas
O que muda com a ampliação do prazo?
Antes da medida, o prazo máximo para quitação do empréstimo consignado era de 84 meses (7 anos). Com a mudança, esse limite foi ampliado para 96 meses (8 anos). Essa alteração traz algumas vantagens importantes para os beneficiários:
- Parcelas mais baixas: Com um prazo maior, o valor das prestações mensais será reduzido, facilitando o pagamento.
- Maior possibilidade de renegociação: Quem já possui um empréstimo poderá renegociar as condições e alongar o prazo, aliviando o impacto no orçamento mensal.
- Igualdade de condições com servidores públicos: Aposentados e pensionistas passam a ter o mesmo prazo disponível que funcionários públicos para o pagamento dos consignados.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, destacou que a decisão foi tomada considerando o grande número de contratos já existentes, que ultrapassaram 16 milhões.
Quem pode se beneficiar da mudança?
Uma nova regra vale para todas as modalidades de crédito consignado, incluindo:
- Empréstimo consignado tradicional
- Cartão de crédito consignado
- Cartão consignado de benefício
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, ressaltou que essa mudança não promoverá o endividamento excessivo, mas permitirá que os segurados tenham mais tranquilidade para pagar suas dívidas sem a necessidade de renegociações constantes.
Impacto nos aposentados e pensionistas
O endividamento da população idosa tem sido uma preocupação crescente nos últimos anos. De acordo com dados de dezembro de 2024, o cenário do crédito consignado no Brasil é o seguinte:
- 48,3 milhões de contratos de empréstimos consignados ativos
- 10,2 milhões de contratos de cartão de crédito consignado
- 5 milhões de contratos de cartão consignado de benefício
- Cerca de 10 milhões de proprietários proprietários de empréstimos consignados
Com a ampliação do prazo, muitos segurados terão a oportunidade de readequar suas finanças, diminuindo o impacto das parcelas no orçamento e evitando novas dívidas desnecessárias.
Qual é a margem consignável?
A margem consignável define a percentagem da renda que pode ser comprometida com cartões e consignados. Os limites atuais são:
- 35% da renda para empréstimo consignado
- 5% para cartão de crédito consignado
- 5% para cartão consignado de benefício
Na prática, isso significa que até 45% da renda do aposentado pode ser comprometida com essas modalidades de crédito.
Cuidados ao contratar ou renegociar o Crédito Consignado
Embora a ampliação do prazo seja positiva para muitos beneficiários, é essencial tomar alguns cuidados antes de contratar ou renegociar um empréstimo:
- Ler atentamente o contrato antes de negociar: É importante compreender todas as condições do empréstimo antes de formalizar qualquer renegociação.
- Evitar comprometer-se com a renda: Embora o valor da parcela diminua, um prazo maior significa mais tempo pagando juros.
- Comparar taxas entre instituições financeiras: Mesmo sendo uma modalidade com juros mais baixos, as condições podem variar entre os bancos.
- Ter atenção com golpes: A ampliação do prazo pode ser usada como pretexto por golpistas para oferecer contratos fraudulentos.
No entanto, é fundamental que os beneficiários analisem com cuidado as condições antes de contratar ou renegociar um empréstimo, garantindo que a decisão realmente traga benefícios sem comprometer a estabilidade financeira a longo prazo.