Nos últimos meses, um dos maiores desafios enfrentados pelos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem sido uma greve de peritos médicos, que afetou milhares de pessoas que dependem de benefícios previdenciários, como o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez.
A paralisação dos profissionais comprovada em uma fila de espera que não parava de crescer, prejudicando aqueles que já enfrentam sérias condições de saúde. Diante desse cenário, o INSS implementou uma medida que visa agilizar a reprogramação das perícias médicas: o reagendamento automático. No entanto, é importante perceber que essa mudança é realmente importante e quais são os seus reflexos para os beneficiários.
Impacto da greve nas Perícias Médicas do INSS
A greve dos peritos médicos começou em agosto de 2024, e, desde então, afetou diretamente o atendimento de mais de 125 mil pessoas que dependem da perícia para acessar seus benefícios. O problema, como exemplificado pelo caso de Maria Assunção Cambrônio, que luta contra o câncer de mama e não pode trabalhar durante o tratamento, é grave.
Ela recebeu um atestado médico em outubro de 2024, mas só conseguiu marcar a consulta para janeiro de 2025, quando uma greve ainda estava em curso, fazendo com que sua perícia fosse adiada para março. Isso tem um grande impacto na vida dos segurados, pois o benefício só pode ser liberado após a análise do perito, deixando muitas pessoas sem poder comprar medicamentos e manter suas necessidades básicas.
Crescimento da fila de espera
A greve tem agravado ainda mais a situação da fila de espera. Em janeiro de 2024, havia cerca de 880.500 pessoas aguardando pela perícia médica. Contudo, com o início da greve, esse número saltou para 566 mil em junho e, até janeiro de 2025, já havia aumentado novamente para 686 mil.
Esse aumento é preocupante, pois, além de deixar um grande número de pessoas sem os benefícios necessários, compromete o atendimento de novos casos que surgem a cada dia.
Reagendamento automático
A partir de 27 de janeiro de 2025, o INSS introduziu uma medida que promete facilitar a vida dos segurados: o reagendamento automático das perícias médicas afetadas pela greve. Agora, os segurados não precisam se preocupar em remarcá-los manualmente. O INSS enviará mensagens informando as novas informações por meio do aplicativo Meu INSS, do canal 135 e até pelo celular.
Essa medida visa diminuir a burocracia e garantir que as pessoas não assumam ainda mais tempo sem atendimento. Porém, a prioridade do governo é garantir que o seguro seja atendido no mesmo dia, por outro perito, caso haja disponibilidade na agenda.
Descontos nos salários dos grevistas
Além do reagendamento automático, outra medida tomada pelo INSS foi o corte no salário dos peritos médicos que não compareceram aos seus postos de trabalho durante a greve. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, determinou que os grevistas tenham o salário descontado nos dias que faltarem e que, caso não queiram atender, seus horários serão redistribuídos para outros médicos disponíveis.
A ideia é garantir que o atendimento seja mantido, mesmo com a ausência de alguns profissionais. Lupi também afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a redistribuição das consultas entre médicos, permitindo que os segurados possam ser atendidos por outros peritos em caso de disponibilidade.
Desafios
Embora as medidas anunciadas representem um avanço na busca por soluções, a situação ainda é preocupante. O número de pessoas na fila de espera continua alto, e muitos segurados ainda enfrentam dificuldades para obter os benefícios que relatamos para sobreviver e tratar suas condições de saúde. A greve dos peritos médicos, que já dura mais de quatro meses, continua afetando uma grande parte da população, principalmente aqueles que mais dependem do INSS.
O reagendamento automático é uma solução temporária, mas a resolução definitiva do problema depende de uma negociação entre o INSS e os profissionais da saúde, além de um comprometimento das partes envolvidas para garantir que as perícias sejam realizadas de forma mais ágil e eficiente. Nesse sentido, é fundamental que o INSS continue buscando alternativas para reduzir a fila de espera e proporcionar um atendimento de qualidade aos seguros.
É fundamental que o sistema previdenciário atenda às necessidades dos cidadãos de forma ágil, eficiente e humana, especialmente quando se trata de pessoas que enfrentam doenças graves e dependentes da assistência para garantir sua sobrevivência e bem-estar.