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Plano de saúde que já foi um dos maiores do Brasil enfrenta crise gigantesca

Por Leticia Florenço
28/01/2025
Em Colunas, Mais Tendências
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Plano de Saúde - Foto: (Imagem/Reprodução)

Plano de Saúde - Foto: (Imagem/Reprodução)

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A Golden Cross, uma das operadoras de planos de saúde mais tradicionais do Brasil, enfrenta uma crise financeira grave que pode levar à venda de sua carteira de clientes, uma medida imposta pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Este cenário representa um dos maiores desafios já enfrentados pela operadora e pode ter um impacto significativo em milhares de beneficiários e na indústria de saúde suplementar como um todo.

A Golden Cross, fundada em 1971, já foi uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil, dominando o setor na década de 1980. No entanto, a empresa passou por uma série de dificuldades financeiras e administrativas ao longo dos anos, culminando em uma situação de falência iminente.

A ANS determinou que a operadora venda sua carteira de clientes, que inclui 206,3 mil usuários de planos de saúde e 108 mil de planos dentais, em um prazo de 30 dias. Essa medida é um passo anterior à liquidação extrajudicial, o que significa que a operadora pode ser forçada a encerrar suas atividades caso não consiga reverter sua situação financeira.

Acordo com a Amil

Uma das principais especulações sobre o futuro da Golden Cross envolve a operadora Amil, que pode assumir a carteira de clientes da Golden. Isso se deve a um acordo de compartilhamento de riscos assinado entre as duas empresas em 2023. Neste acordo, 95% das mensalidades dos planos de saúde da Golden Cross são direcionadas à Amil, que fica responsável pelo pagamento aos hospitais e prestadores de serviços de saúde.

Em contrapartida, a Golden Cross retém apenas 5% das mensalidades. Esse arranjo, que contempla um pagamento de cerca de R$ 140 milhões à Golden Cross, já está em vigor e deve durar até maio de 2024.

A possibilidade de a Amil adquirir a carteira de clientes da Golden Cross é uma estratégia que visa minimizar os impactos dessa crise financeira. No entanto, a Amil nega oficialmente qualquer proposta de aquisição e afirma que o contrato de compartilhamento de risco não implica em alienação da carteira de clientes.

Situação financeira

A crise financeira da Golden Cross é evidente nos números de seu balanço. Nos nove primeiros meses de 2023, a operadora registrou um prejuízo líquido de R$ 105 milhões, uma queda de 12% em relação ao ano anterior. A empresa também apresenta uma grave insuficiência em suas reservas obrigatórias, que são destinadas a cobrir eventuais falências ou inadimplências.

A provisão para pagamentos de procedimentos médicos ainda não cobrados (Peona) despencou drasticamente, passando de R$ 200 milhões para apenas R$ 10 milhões em um trimestre, o que é um sinal claro de que a operadora está enfrentando sérias dificuldades financeiras.

Além disso, a provisão para atrasos no pagamento a prestadores de saúde aumentou substancialmente, saltando de R$ 127 milhões para R$ 327,5 milhões. Esses números são um reflexo da incapacidade da Golden Cross de honrar seus compromissos financeiros com hospitais, clínicas e outros prestadores de serviços.

Outro aspecto preocupante foi o saque de cerca de R$ 300 milhões das provisões da operadora antes de fechar o acordo com a Amil. Esse movimento é um indicativo de que a Golden Cross está tentando salvar sua operação à medida que sua situação se deteriora.

Passado da Golden Cross

A trajetória da Golden Cross está longe de ser simples. A empresa enfrentou uma série de problemas ao longo das décadas. Nos anos 1990, foi acusada pelo Ministério Público Federal de sonegação fiscal e envolvimento em esquemas de venda de planos de saúde por meio de uma entidade filantrópica. Essas acusações geraram discussões jurídicas que ainda perduram até hoje, refletindo a complexidade e os desafios enfrentados pela operadora.

Em 1997, o banco Excel-Econômico assumiu as dívidas da Golden Cross, e, em 1999, a Cigna, uma seguradora americana, assumiu a gestão da operadora. No entanto, a Cigna deixou o Brasil em 2000, e a Golden Cross foi reestruturada, com novos gestores assumindo a empresa. Mesmo assim, os problemas financeiros não cessaram.

Em 2013, a Unimed-Rio comprou a carteira de 160 mil clientes de planos individuais da Golden Cross, mas a operadora continuou a enfrentar dificuldades financeiras, o que mostra como as crises se arrastam ao longo dos anos.

Impacto no setor de saúde e no Rio de Janeiro

A crise da Golden Cross tem um impacto direto no mercado de saúde suplementar, especialmente no Rio de Janeiro, onde a operadora está entre as maiores do setor. O estado possui cerca de 5,5 milhões de usuários de planos de saúde, e a Golden Cross, junto com a Unimed Ferj, representa uma parcela significativa desse total. A situação da Unimed Ferj também é crítica, com dívidas de cerca de R$ 2 bilhões e 500 mil clientes afetados.

Esses problemas financeiros não afetam apenas as operadoras, mas também os prestadores de serviços de saúde, como hospitais, clínicas e médicos, que enfrentam atrasos nos pagamentos e a incerteza sobre o futuro das operadoras. Isso pode gerar uma crise de confiança no setor, dificultando a captação de novos clientes e prejudicando a qualidade dos serviços oferecidos aos beneficiários.

O cenário de crise vivido pela Golden Cross é um alerta para outras operadoras e para as autoridades reguladoras, que precisam encontrar soluções eficazes para garantir a sustentabilidade e a qualidade do sistema de saúde suplementar no Brasil.

Leticia Florenço

Leticia Florenço

Filha da Terra da Luz, jornalista pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

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