A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) alerta que há risco elevado de acionamento da bandeira tarifária vermelha na conta de energia dos brasileiros no segundo semestre de 2025. O cenário foi confirmado durante o XP Fórum Político Setorial Energia 2025, evento que debateu a reforma do setor elétrico no país.
O motivo é um conjunto de fatores que pressiona os custos de geração elétrica, como a queda no volume dos reservatórios, que atualmente estão com níveis abaixo de 71%, além dos impactos da seca e das novas medidas sociais, como a ampliação da faixa de isenção para famílias de baixa renda, determinada por medida provisória do governo federal.
Vale mencionar que, mesmo abaixo dos 75% registrados no mesmo período de 2024, os níveis ainda são considerados razoáveis. Entretanto, as projeções indicam que, se as condições climáticas desfavoráveis persistirem, é possível que as bandeiras tarifárias oscilem entre amarela e vermelha até o fim do ano.
Conta de energia mais cara
De acordo com estimativas da própria Aneel, as tarifas de energia elétrica devem subir, em média, 3,5% em 2025, um percentual abaixo da inflação projetada. Entretanto, esse alívio percentual pode ser anulado pelas cobranças adicionais das bandeiras tarifárias, que refletem diretamente o aumento do custo de geração.
Isso porque, com o avanço do período seco e a redução da geração hidrelétrica, que ainda responde por boa parte da matriz energética brasileira, cresce a dependência de usinas térmicas, mais caras e poluentes. Dessa forma, o custo repassado aos consumidores se eleva, especialmente no mercado de curto prazo, pressionado pelo aumento do preço da energia.
Projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e da consultoria Ampere apontam que a bandeira amarela deve ser acionada já em maio, seguida por períodos críticos entre junho e outubro, com bandeiras vermelhas nos patamares 1 e 2.
Com isso, a cobrança extra pode variar de R$ 4,46 a R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos, onerando ainda mais a conta de energia.
Horário de verão volta ao debate
Outro detalhe importante é que, diante desse cenário, a possível retomada do horário de verão voltou a ser discutida no governo federal.
É importante mencionar que a medida, que tem apoio de setores do comércio e do turismo, pode contribuir para reduzir o consumo em horários de pico. Entretanto, sua eficácia no perfil atual de consumo energético ainda é objeto de análise técnica.