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Dessa vez o El Niño não é responsável pelas chuvas intensas no Brasil; entenda o motivo

Por Leticia Florenço
20/05/2025
Em Colunas, Mais Tendências
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Chuva - Reprodução/iStock

Chuva - Reprodução/iStock

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Eventos de chuvas extremas vêm se multiplicando ao redor do planeta, revelando uma mudança nos padrões climáticos globais. Um exemplo recente e alarmante foi a tempestade histórica em Bahía Blanca, na Argentina, em 7 de março de 2025.

Em apenas 12 horas, a cidade recebeu impressionantes 290 milímetros de chuva, o que provocou grandes inundações, causou a morte de pelo menos 16 pessoas e destruiu parte da infraestrutura local.

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Esse desastre lembra as chuvas catastróficas que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024, quando 478 cidades ficaram debaixo d’água. Mais de uma centena de vidas foi perdida e milhões de pessoas foram afetadas.

Na mesma época, a região de Valência, na Espanha, sofreu com uma violenta “gota fria” (Dana), resultando em centenas de mortos. Esses episódios não são isolados: secas severas, incêndios florestais, furacões e enchentes têm ocorrido com frequência e intensidade crescente em diversos continentes.

A principal explicação para esse cenário não está em fenômenos isolados como o El Niño, mas sim no avanço das mudanças climáticas provocadas pela ação humana.

O papel do El Niño e por que ele não é o vilão da vez

Historicamente, o El Niño, fenômeno caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial, sempre esteve associado a extremos climáticos no Brasil. Em geral, ele altera padrões de vento e temperatura, promovendo chuvas acima da média no Sul do país e secas no Norte e Nordeste.

Em 2024, o El Niño teve um papel importante no aumento das temperaturas globais e na intensificação de chuvas. No entanto, em 2025, os meteorologistas apontam que esse fenômeno não está mais ativo nem forte o suficiente para explicar as chuvas torrenciais que ainda continuam a ocorrer.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o El Niño perdeu força desde o final de 2024 e caminha para a neutralidade ou para uma fraca La Niña.

Ainda assim, os eventos extremos persistem. Isso indica que há outros fatores mais determinantes em ação, com destaque para o aquecimento dos oceanos e as mudanças no comportamento atmosférico global.

Aquecimento dos oceanos e a influência direta nas chuvas

Os oceanos estão funcionando como grandes reservatórios de calor. Com a intensificação do aquecimento global, as águas superficiais dos oceanos têm atingido temperaturas recordes.

Isso altera a dinâmica da atmosfera, já que o calor excessivo provoca maior evaporação e libera mais umidade no ar. Esse processo resulta em nuvens mais carregadas e chuvas mais intensas, mesmo sem a influência direta do El Niño.

Regina Rodrigues, especialista da Organização Meteorológica Mundial em ondas de calor oceânicas, destaca que o atual aquecimento das águas é um dos principais responsáveis por eventos como os de 2024 e os que se desenham em 2025.

A umidade atmosférica elevada, originada desses oceanos mais quentes, tem potencializado chuvas curtas, porém extremamente volumosas, que causam alagamentos, enchentes e deslizamentos.

O calor acumulado pelos mares tem vida longa e continuará impactando o clima por muitos meses, mesmo com o enfraquecimento dos fenômenos naturais cíclicos como o El Niño e La Niña.

Mudanças climáticas

Relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) afirmam com clareza que as mudanças climáticas estão alterando a frequência, a intensidade e a localização das chuvas no mundo. À medida que o planeta se aquece, o ciclo hidrológico se intensifica.

O ar mais quente retém mais vapor de água, o que aumenta a probabilidade de tempestades intensas. A cada aumento de 1°C na temperatura da Terra, a atmosfera pode reter cerca de 7% mais vapor d’água, o que contribui diretamente para chuvas mais fortes.

Porém, o efeito não é uniforme: enquanto algumas regiões enfrentam estiagens prolongadas, outras passam por inundações devastadoras. No Brasil, por exemplo, o Norte e Nordeste devem continuar sofrendo com a seca, ao passo que o Sul poderá ter chuvas volumosas em um curto período de tempo.

Esse padrão irregular é agravado por práticas humanas como o desmatamento, a urbanização desordenada e a destruição de áreas naturais que absorvem e drenam a água da chuva. Assim, o impacto das tempestades se torna ainda mais destrutivo.

A dificuldade crescente em prever e reduzir desastres

Um dos principais desafios enfrentados pela ciência climática hoje é a rápida mudança nos padrões atmosféricos. Modelos utilizados por décadas para prever o comportamento do tempo se tornam menos eficazes diante de um planeta em aquecimento acelerado.

Como resultado, os alertas meteorológicos ainda não conseguem prever com precisão a real magnitude de determinados eventos, como as chuvas no Rio Grande do Sul em 2024.

Especialistas do Cemaden explicam que, embora o alerta sobre chuvas intensas tenha sido emitido com antecedência, ninguém imaginava a proporção da tragédia que se abateu sobre o estado.

O mesmo vale para outras regiões do Brasil e do mundo, onde os sistemas de defesa civil ainda não estão preparados para desastres dessa magnitude. A falta de investimento em prevenção, infraestrutura urbana resiliente e educação ambiental contribui para o alto número de mortos e os prejuízos bilionários.

O que esperar de 2025?

Apesar do enfraquecimento do El Niño, 2025 será mais um ano marcado por extremos climáticos. A previsão do Met Office britânico e do programa europeu Copernicus indica que o ano estará entre os três mais quentes já registrados.

Temperaturas elevadas, chuvas abaixo da média em algumas regiões e a persistência da seca, especialmente na região central do Brasil, são os principais elementos do cenário previsto.

Mesmo com uma breve La Niña se formando, sua duração e intensidade não serão suficientes para reverter o quadro. A escassez de chuvas deve se manter, enquanto ondas de calor continuarão a afetar milhões de pessoas.

A consequência direta disso é a permanência de secas severas e o risco contínuo de enchentes repentinas, quando as chuvas finalmente caírem em áreas com solo já endurecido ou sem vegetação.

Em um cenário em que os extremos climáticos se tornam cada vez mais frequentes, a capacidade de adaptação será o principal fator para reduzir tragédias e proteger vidas.

Leticia Florenço

Leticia Florenço

Filha da Terra da Luz, jornalista pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

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