De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a hidrocefalia é uma condição que, quando diagnosticada corretamente, pode evitar anos de sofrimento, especialmente em idosos, cujo quadro clínico é muitas vezes confundido com Alzheimer.
É importante mencionar que essa confusão acontece devido à semelhança dos sintomas, como perda de memória, dificuldades de locomoção e alterações cognitivas, comuns em ambas as doenças.
Entenda as diferenças e sintomas da hidrocefalia
A hidrocefalia caracteriza-se pelo acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano (LCR) no cérebro, causando aumento da pressão intracraniana e comprometendo funções neurológicas. Esse acúmulo ocorre por desequilíbrios na produção, absorção ou circulação do LCR, afetando principalmente idosos, bebês e adultos com determinadas condições.
Vale mencionar que a hidrocefalia de pressão normal (HPN) é o tipo mais comum em idosos acima de 60 anos. Seus sintomas principais incluem dificuldade para caminhar, incontinência urinária e declínio cognitivo, sintomas que muitas vezes são erroneamente atribuídos à doença de Alzheimer.
Em bebês, os sinais de alerta são crescimento acelerado da cabeça, irritabilidade, convulsões e dificuldade para se alimentar. Já em adultos e crianças maiores, dores de cabeça persistentes, náuseas, alterações visuais e problemas de equilíbrio são indicativos importantes para o diagnóstico.
É importante mencionar que, apesar das semelhanças, a doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva, sem cura, que causa perda contínua das funções cognitivas e comportamentais, enquanto a hidrocefalia possui tratamento cirúrgico eficaz.
Diagnóstico precoce e tratamento da doença
O diagnóstico da hidrocefalia é realizado por exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância magnética, além de testes específicos, como o tap test para avaliar melhorias na marcha após a remoção temporária do LCR.
Sendo assim, o tratamento mais comum e eficaz é a cirurgia para colocação de um shunt ventrículo-peritoneal, que drena o excesso de líquido do cérebro para o abdome, onde é naturalmente reabsorvido pelo organismo. Outras opções minimamente invasivas, como a terceiroventriculostomia endoscópica, oferecem alternativas que evitam o uso permanente de válvulas.
Além disso, a reabilitação por meio de fisioterapia e terapia ocupacional é fundamental para a recuperação da função motora e cognitiva, proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes.
Outro detalhe importante é que o diagnóstico precoce da hidrocefalia evita danos cerebrais irreversíveis e pode reverter sintomas que seriam confundidos com doenças degenerativas. Com isso, muitos idosos recuperam a autonomia e a memória, retomando suas atividades cotidianas.