A cidadania italiana é uma aspiração crescente entre brasileiros e pessoas de diversos países que desejam estabelecer raízes na Europa.
Com a promessa de livre circulação dentro da União Europeia, acesso a direitos sociais e oportunidades educacionais e profissionais, conquistar o passaporte italiano tornou-se mais do que um resgate de identidade: virou um verdadeiro projeto de vida.
E para alguns, esse caminho pode ser mais curto — sobretudo quando há sobrenomes que indicam ancestralidade direta com imigrantes da Itália.
Sobrenomes que podem garantir cidadania italiana
O reconhecimento da cidadania italiana por meio do chamado jus sanguinis, ou direito de sangue, ainda é a principal forma de obtenção para descendentes.
Esse princípio legal estabelece que a nacionalidade pode ser herdada através da linhagem familiar, sem a necessidade de ter nascido em território italiano.
Assim, mesmo sem nunca ter pisado na Itália, uma pessoa pode reivindicar a cidadania italiana caso consiga comprovar a ligação com um antepassado italiano.
Entre os fatores que podem agilizar ou facilitar esse processo, o sobrenome tem peso. Sobrenomes tradicionais como Ricci, Fiore, Zanella, Espósito, Bianchini, entre outros, são frequentemente associados a famílias italianas originárias do norte e sul do país.
Em diversas regiões da América Latina, onde a imigração italiana foi intensa entre os séculos XIX e XX, esses nomes ainda estão presentes e, muitas vezes, acompanham histórias familiares preservadas por gerações.
Itália vai dificultar cidadania italiana
No entanto, embora os sobrenomes possam ser uma pista valiosa e um ponto de partida na busca pela cidadania, eles não garantem o direito por si só.
É necessário apresentar uma documentação rigorosa que comprove o vínculo direto com um cidadão italiano, respeitando os critérios legais estabelecidos. E justamente nesse ponto, uma recente mudança ameaça restringir o alcance desse direito.
O governo italiano anunciou um decreto que pretende limitar a concessão da cidadania a apenas filhos e netos de pessoas nascidas em solo italiano.
A proposta, que ainda depende de aprovação parlamentar, representa uma guinada importante na política de reconhecimento. Se aprovada, ela poderá excluir milhões de descendentes em países como o Brasil, que antes se beneficiavam de uma interpretação mais ampla do jus sanguinis.
A medida tem sido criticada por restringir não apenas o acesso ao passaporte europeu, mas também o reconhecimento de laços históricos e culturais mantidos por comunidades ítalo-descendentes espalhadas pelo mundo.
A cidadania italiana, para muitos, vai além do documento — é um elo com o passado que agora corre o risco de ser rompido.