Na tradição da Igreja Católica, é comum que os papas adotem um novo nome ao serem eleitos, substituindo o nome de batismo por um nome pontifício. Esse gesto simbólico representa a renovação de sua identidade espiritual e marca o início de uma nova missão como líder da Igreja em todo o mundo.
Durante o conclave, assim que um cardeal é escolhido como papa, ele ouve duas perguntas fundamentais: se aceita sua eleição como sumo pontífice e qual nome deseja adotar a partir de então. Essa prática tem raízes nas origens do cristianismo.
Mudança de nome do papa
O apóstolo Pedro, considerado o primeiro pontífice, recebeu um novo nome diretamente de Jesus, conforme relata a Bíblia: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Antes disso, ele era conhecido como Simão. O novo nome indicava sua responsabilidade como pilar da Igreja nascente.
Desde então, a escolha de um novo nome tornou-se uma tradição para todos os pontífices, carregando significados profundos. Muitos optam por nomes que prestam homenagem a figuras marcantes da história da fé cristã, como santos, apóstolos ou papas anteriores que influenciaram suas vidas e visões. A mudança simboliza não apenas continuidade e respeito às raízes da Igreja, mas também o compromisso com os valores e ideais representados pelo nome escolhido.
Escolhas dos últimos pontífices
- João Paulo II: Adotou o nome em memória de seu antecessor, João Paulo I. Seu antecessor teve um papado extremamente breve, de apenas 33 dias. A escolha também foi uma forma de homenagear a Igreja e a tradição representada.
- Francisco: Escolheu o nome em homenagem a São Francisco de Assis. São Francisco é conhecido por sua vida de pobreza, amor à paz e preservação da natureza. O papa Francisco descreveu o santo como “o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e preserva a criação”.
- Leão XIV: Escolheu o nome para destacar seu compromisso com as questões sociais. Enfatizou especialmente os direitos dos trabalhadores durante a Revolução Industrial. A escolha do nome também visava fortalecer sua postura diante da Igreja, em um contexto de profundas transformações sociais e econômicas.
Entre os nomes mais comuns adotados pelos papas ao longo da história estão Pio, Gregório, João, Bento, Inocêncio, Leão e Clemente. No entanto, existem nomes que nunca foram escolhidos por um papa, como José, Tiago, André e Lucas. Curiosamente, também nunca houve um papa que escolhesse o nome Pedro, em homenagem ao primeiro papa.