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Especialistas estão tentando recuperar memória dos mortos

Por Leticia Florenço
13/05/2025
Em Colunas, Mais Tendências
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Memória - Reprodução/iStock

Memória - Reprodução/iStock

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Quando uma pessoa morre, muitas de suas posses materiais permanecem: roupas, móveis, fotos e objetos de valor sentimental. No entanto, as memórias, aquilo que é mais intangível e profundamente ligado à experiência individual, desaparecem.

O que acontece com os sentimentos, percepções e vivências que essa pessoa carregava consigo? Seria possível, em algum momento, recuperar as memórias dos mortos, trazendo de volta suas experiências, emoções e lembranças?

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Esse conceito, que parece tirado de um filme de ficção científica, tem sido uma questão que fascina cientistas, neurocientistas e filósofos. E, embora ainda esteja distante de se tornar uma realidade, existe uma possibilidade científica em explorar esse território, enfrentando desafios tecnológicos e éticos.

Desafio de recuperar memórias

A ideia de recuperar as memórias de quem já se foi não é nova na ficção científica, mas ela está começando a ser estudada com seriedade no campo da neurociência.

De acordo com Don Arnold, neurocientista da Universidade do Sul da Califórnia, é teoricamente possível recuperar partes das memórias de uma pessoa, mas essa tarefa envolve desafios extremamente complexos. Para entender como isso seria possível, é preciso primeiro compreender como as memórias são formadas e armazenadas no cérebro.

O papel dos neurônios e dos engramas

Memórias não são armazenadas como arquivos digitais, de forma exata e imutável. Em vez disso, elas se formam através de complexas interações entre neurônios. Quando uma nova experiência ocorre, grupos específicos de neurônios se ativam, formando um padrão de conexões chamado de engramas.

Esses engramas são como marcas deixadas no cérebro, que permitem a recuperação de informações passadas. O hipocampo, uma região crucial para o armazenamento de memórias de curto e longo prazo, é central nesse processo.

Além dele, outras áreas do cérebro, como o lobo parietal e o córtex sensorial, também estão envolvidas no armazenamento de memórias relacionadas a emoções e percepções sensoriais.

Desafio de mapear e simular as memórias

Para tentar recuperar essas memórias, os cientistas precisariam identificar exatamente quais neurônios estão envolvidos em cada lembrança. No entanto, o cérebro humano é muito mais complexo que o de outros animais, como os camundongos, cujas memórias já foram parcialmente mapeadas em estudos.

Mesmo que os cientistas conseguissem mapear o cérebro humano com a precisão necessária, a tarefa de identificar e simular as redes neurais que correspondem a uma memória específica é um grande desafio.

Isso ocorre porque as memórias humanas estão espalhadas por diversas regiões do cérebro, conectadas por uma rede intrincada de sinapses, os pontos de comunicação entre os neurônios.

Memórias são dinâmicas e não fixas

Outro grande obstáculo na tentativa de recuperar memórias é o fato de que elas não são fixas. A memória humana é reconstrutiva, ou seja, não registra os eventos de forma exata. Em vez de armazenar imagens e sons com precisão, o cérebro guarda fragmentos e preenche as lacunas com base em experiências anteriores.

Por exemplo, uma pessoa pode se lembrar do sabor de um bolo ou da sensação de brincar em um dia de verão, mas as recordações de quem estava presente ou o clima exato podem ser borradas ou até mesmo inexistir.

Tecnologia e inteligência artificial

Um dos maiores avanços na busca por recuperar memórias envolve o uso de inteligência artificial (IA). Cientistas estão tentando desenvolver modelos de IA que possam simular a rede de neurônios do cérebro, criando uma recriação das memórias a partir dos engramas identificados.

A ideia seria, a partir de um mapeamento completo do cérebro, usar IA para reconstruir a rede neural que corresponde a uma memória específica, possivelmente permitindo que essa lembrança seja “reproduzida” ou acessada de algum modo.

No entanto, como já mencionado, esse é um projeto altamente complexo e distante da realidade. A quantidade de dados que precisaria ser processada é imensa, e a tecnologia atual ainda está longe de ser capaz de mapear e simular com precisão o cérebro humano.

O que nos espera?

Embora as pesquisas estejam em andamento, a recuperação das memórias de uma pessoa falecida ainda é um campo incerto e cheio de dificuldades. O desafio não é apenas tecnológico, mas também filosófico e ético.

Se fosse possível recuperar as memórias de uma pessoa, até que ponto seria ético ou desejável fazê-lo? As implicações dessa tecnologia poderiam ser imensas, desde a preservação de momentos históricos até questões sobre a privacidade e a integridade da pessoa falecida.

Além disso, as memórias reconstruídas seriam realmente as memórias originais? Elas poderiam ser manipuladas ou distorcidas no processo de reconstrução?

Até lá, as memórias continuam a ser uma parte do passado que, por mais avançada que seja a tecnologia, ainda parece inacessível e inalcançável.

Leticia Florenço

Leticia Florenço

Filha da Terra da Luz, jornalista pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

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