Desde ontem, 7 de maio, os olhares do mundo católico estão voltados ao Vaticano, onde se realiza o Conclave que definirá o novo papa. Os cardeais reunidos na Capela Sistina têm a missão de escolher o sucessor de Francisco, que conduzirá a Igreja Católica nos próximos anos.
Entre os nomes cotados está o do brasileiro Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador e membro do seleto conselho de cardeais que auxilia diretamente o pontífice em exercício.
O que muitos fiéis desconhecem, no entanto, é que o Brasil já teve um papa eleito — e ele recusou o trono de São Pedro.
Fumaça preta: brasileiro foi eleito papa e recusou o posto
O episódio remonta a 1978, ano marcado por dois conclaves. Após a morte repentina de João Paulo I, com apenas 33 dias de papado, os cardeais foram convocados novamente ao Vaticano.
Durante as votações, o brasileiro Aloísio Lorscheider, então arcebispo de Fortaleza, obteve o número necessário de votos para ser eleito papa. Contudo, ao ser consultado sobre sua aceitação, Dom Aloísio recusou.
O motivo, revelado anos depois, foi de ordem pessoal e médica: o cardeal havia passado por uma cirurgia de oito pontes de safena e temia que sua saúde não permitisse a condução da Igreja.
Seu receio era fundado na recente morte precoce de seu antecessor, e não queria submeter a instituição a novo luto repentino.A recusa não apenas surpreendeu, mas também alterou o curso da história eclesiástica.
Foi o próprio Lorscheider quem articulou, nos bastidores, o apoio de cardeais latino-americanos e africanos ao nome do polonês Karol Wojtyla, que viria a ser eleito como João Paulo II. O brasileiro faleceu quase três décadas depois, em 2007, aos 83 anos.
Brasileiro está entre os favoritos para ser papa
Hoje, quem representa o país no Conclave com chances reais é Dom Sergio da Rocha. Apesar de evitar o tema em entrevistas, seu nome aparece em listas da imprensa internacional entre os mais cotados.
Ainda nesta quinta-feira (08), duas novas rodadas de votação estão previstas. Pela manhã, a fumaça que saiu da chaminé da Capela Sistina continuou preta, sinal de que nenhum candidato alcançou os dois terços exigidos para a eleição.
Caso não haja consenso nas próximas votações marcadas para esta tarde, o Conclave seguirá até amanhã, sexta-feira (09), com novas tentativas para definir o novo líder da Igreja Católica.