Um estudo recente da Universidade McGill, no Canadá, descobriu que os seres humanos têm a habilidade de perceber movimentos sutis nos olhos de outras pessoas, os quais podem indicar suas intenções. Publicada na revista Communications Psychology, essa pesquisa oferece novos insights sobre condições como o autismo, que impactam a compreensão de sinais não verbais e as interações sociais.
A pesquisa explorou como o cérebro humano interpreta esses movimentos oculares, revelando como respondemos de forma distinta a olhares intencionais e não intencionais. Durante o estudo, os participantes foram expostos a uma tela onde, em alguns casos, eram direcionados a olhar para um ponto específico, enquanto em outros, tinham a liberdade de escolher para onde olhar.
Comunicação pelos olhos
Os pesquisadores observaram que os participantes conseguiam prever com mais agilidade a direção do olhar quando os movimentos eram realizados com intenção, o que sugere que o cérebro distingue entre olhares voluntários e involuntários.
Essa constatação não apenas reforça o papel da comunicação não verbal nas interações humanas, mas também pode ser especialmente relevante para o entendimento de distúrbios do desenvolvimento, como o autismo, que afetam a leitura de sinais sociais.
Com base nesses achados, os cientistas planejam aprofundar a investigação sobre como pessoas com condições como o autismo e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) processam visualmente esses sinais discretos — uma percepção muitas vezes automática para indivíduos neurotípicos.
Implicações
Os pesquisadores também pretendem utilizar tecnologias avançadas de rastreamento ocular para analisar com mais precisão esses sinais sutis, criando vídeos em que os participantes direcionam o olhar com intenções específicas, como cooperar ou enganar.
A meta é avaliar se os observadores conseguem identificar a intenção por trás desses movimentos oculares, o que pode abrir caminho para novas estratégias terapêuticas voltadas a pessoas com dificuldades em decifrar a comunicação não verbal.