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Bolsa Família era pago para pessoas que fraudaram o INSS

Por Leticia Florenço
06/05/2025
Em Colunas, Mais Tendências
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Bolsa Família - Foto: (Imagem/Reprodução)

Bolsa Família - Foto: (Imagem/Reprodução)

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Recentemente, a Polícia Federal (PF) desvendou um esquema bilionário de fraudes envolvendo dirigentes de associações de aposentados e pensionistas.

O escândalo revela que essas lideranças estavam recebendo benefícios de programas sociais, como o Bolsa Família e o Auxílio Brasil, enquanto estavam à frente de entidades que supostamente representavam os interesses de aposentados e pensionistas no Brasil.

Este caso levanta sérias questões sobre o uso de recursos públicos e a vulnerabilidade de programas sociais, e é um exemplo claro de como a má gestão e a fraude podem prejudicar a confiança na administração pública.

Esquema de fraude no INSS

A investigação conduzida pela Polícia Federal revelou que um esquema envolvia três associações que, à primeira vista, pareciam legítimas e focadas no atendimento aos aposentados e pensionistas. No entanto, a realidade era bem diferente. As associações investigadas eram:

  • AAPB (Associação dos Aposentados e Pensionistas Brasileiros)
  • ABSP/AAPEN (Associação Brasileira dos Servidores Públicos/Associação dos Aposentados e Pensionistas do Nacional)
  • Universo (Associação dos Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral e Próprio da Previdência Social)

Essas organizações, de acordo com as investigações, não tinham estrutura ou capacidade operacional para cumprir a função de atender adequadamente aposentados e pensionistas, mesmo alegando atuar em mais de 4.000 municípios do Brasil.

Fraude no Cadastro Único (CadÚnico) e nos programas sociais

O mais alarmante de todo o caso foi o envolvimento dos dirigentes dessas associações com programas sociais voltados à população em situação de vulnerabilidade. A PF identificou que vários desses líderes estavam cadastrados no CadÚnico e eram beneficiários do Bolsa Família e do Auxílio Brasil.

Entre as cinco dirigentes identificadas pela PF, algumas eram beneficiárias do Bolsa Família até bem recentemente, enquanto outras estavam inscritas no CadÚnico com uma renda familiar per capita muito abaixo da média nacional.

As informações indicam que o uso desses benefícios estava fora do padrão esperado, considerando a posição de liderança que essas pessoas ocupavam nas associações, o que levanta a hipótese de que estivessem sendo usadas para ocultar os verdadeiros responsáveis pelas fraudes.

Identificação das dirigentes envolvidas

O relatório da Polícia Federal detalhou os casos específicos de algumas dessas dirigentes, entre elas:

  • Maria Ferreira da Silva (88 anos): Ex-aposentada, foi presidente da AAPB e estava inscrita no CadÚnico com uma renda familiar per capita de R$ 1.320.
  • Maria Liduina Pereira de Oliveira (56 anos): Presidiu a AAPB e foi beneficiária do Bolsa Família até 2015.
  • Maria Eudenes dos Santos (65 anos): Ocupou a presidência da ABSP/AAPEN, foi beneficiária do Bolsa Família até 2021 e do Auxílio Brasil até 2022.
  • Francisca da Silva de Souza (71 anos): Foi presidente da ABSP/AAPEN e recebeu o Bolsa Família até 2015.
  • Valdira Prado Santana Santos (79 anos): Presidente da Universo, consta nos registros do CadÚnico.

Essas dirigentes estavam em posições de liderança, o que levanta sérias dúvidas sobre a legalidade e a ética de sua atuação à frente dessas entidades.

Indústria da fraude no INSS

De acordo com o inquérito da PF, o objetivo do esquema não era apenas desviar recursos do INSS, mas também ocultar a identidade dos verdadeiros responsáveis pelas fraudes.

Ao colocar figuras em posições de liderança que estavam, aparentemente, em situação de vulnerabilidade, os fraudadores criaram um manto de impunidade, tornando difícil a fiscalização e a investigação da origem dos recursos.

O relatório menciona que essas associações não tinham a estrutura necessária para gerenciar os recursos que alegavam administrar, o que reforça a suspeita de que havia uma ação coordenada para desviar grandes quantias de dinheiro, possivelmente com o envolvimento de outros gestores e intermediários.

Repercussões políticas e sociais

Esse caso não afeta apenas os envolvidos diretamente nas fraudes, mas também traz à tona questões mais amplas sobre a transparência e a supervisão de entidades que lidam com recursos públicos.

A descoberta de que pessoas em situação de vulnerabilidade social estavam envolvidas na gestão de grandes somas de dinheiro levanta a necessidade urgente de um maior controle sobre as associações e entidades que operam com recursos públicos.

Além disso, o envolvimento de dirigentes de organizações que deveriam proteger os interesses dos aposentados e pensionistas sublinha a necessidade de reformas na governança de tais instituições, para evitar que indivíduos mal-intencionados se aproveitem da boa fé da população.

Próximos passos e consequências

As investigações da Polícia Federal ainda estão em andamento, e a expectativa é de que novos envolvidos sejam identificados. As autoridades devem aprofundar a análise das relações entre essas associações e outros possíveis cúmplices que possam ter facilitado o esquema de fraudes.

Além disso, a PF continuará a apurar os impactos desses desvios nos cofres públicos, bem como a extensão dos prejuízos causados à sociedade.

Em um contexto mais amplo, este caso destaca a importância de uma fiscalização rigorosa dos programas sociais e das associações envolvidas em sua administração. Somente com um sistema de monitoramento eficaz será possível prevenir fraudes como essa e garantir que os recursos públicos realmente cheguem às pessoas que mais necessitam.

Leticia Florenço

Leticia Florenço

Filha da Terra da Luz, jornalista pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

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