Um estudo internacional, realizado por 12 laboratórios nos Estados Unidos, Europa e China ao longo de sete anos, investigou a atividade cerebral de 256 voluntários enquanto observavam rostos e objetos. Durante a pesquisa, foram coletados dados por meio de medições elétricas, magnéticas e de fluxo sanguíneo cerebral, o que permitiu aos cientistas analisar como o cérebro reage a estímulos visuais. Os resultados, no entanto, desafiaram as principais teorias existentes sobre a origem da consciência.
As teorias mais conhecidas sobre a consciência são a Teoria do Espaço de Trabalho Neuronal Global (GNWT), que sugere que ela surge nas regiões frontais do cérebro, e a Teoria da Informação Integrada (IIT), que propõe que ela resulta da integração de informações entre diferentes partes do cérebro.
Origem da consciência
Entretanto, os pesquisadores identificaram que a consciência pode se originar nas áreas posteriores do cérebro, ligadas ao processamento sensorial, como a visão e a audição, em vez das regiões frontais, associadas à inteligência e tomada de decisões.
O neurocientista Christof Koch, do Instituto Allen, destacou que os sinais de consciência eram mais fortes no córtex posterior do que nas áreas frontais, o que pode trazer avanços importantes na avaliação de pacientes em coma ou em estados de consciência mínima, permitindo a detecção de casos que não são identificados pelos métodos tradicionais.
Localização
A questão da localização da consciência humana, outro um mistério milenar, foi abordada por uma nova teoria científica do professor Johnjoe McFadden, da Universidade de Surrey. Ele propõe que ela está ligada à energia eletromagnética gerada pelos impulsos elétricos entre os neurônios.
McFadden acredita que a experiência da consciência resulta da interação dos nervos com o campo eletromagnético autogerado pelo cérebro, que orienta nossas ações voluntárias e o que chamamos de “livre arbítrio”.
Para comprovar sua teoria, McFadden enfatiza a necessidade de novas pesquisas utilizando tecnologias como magnetoencefalografia e eletroencefalograma, que permitem mapear a atividade cerebral. As mais recentes descobertas sugerem que as conexões entre os neurônios podem ser fundamentais para entender como o cérebro, composto por bilhões de células nervosas, gera a mente e a consciência única de cada indivíduo.