No porto do arquipélago norueguês de Svalbard, a cidade de Longyearbyen tem regras especiais para a vida e a morte devido ao seu ambiente hostil. Isso porque, em Longyearbyen, a morte é proibida, e por boas razões.
O solo congelado, chamado permafrost, dificulta a decomposição de corpos enterrados. Além desse detalhe curioso, uma investigação mostra que os agentes patogénicos, como bactérias, vírus e fungos, podem persistir nos climas árticos durante boas décadas.
No ano de 1998, os cientistas descobriram o vírus da gripe espanhola em corpos enterrados ali desde 1918, ou seja, 80 anos depois de o corpo ser enterrado. Com isso, surge uma nova preocupação: à medida que o mundo aquece e derrete permanentemente, aumenta o risco de libertação de vírus antigos, o que pode ameaçar a saúde pública.
Por esse motivo, a Noruega criou uma lei que não permite que pessoas sejam enterradas em Longyearbyen e a lei perdura desde 1950. Quando confrontadas com uma ameaça iminente de morte, as pessoas migram para mais de 2 mil quilómetros do centro do país.
Se você está se perguntando porque eles não queimam os corpos mortos, saiba que, embora a cremação pareça ser uma solução razoável para esse problema, ainda não foi aceita como uma prática comum. A decisão envolve questões culturais e logísticas. No entanto, as leis da vida e da morte mostram como os residentes de Longyearbyen se adaptaram ao ambiente do Árctico.
A ilha que não permite nascimentos
Para manter o equilíbrio, e ninguém na ilha pode morrer, então o nascimento também são proibidos. É por esse motivo que não existem unidades de emergência obstétricas ou até mesmo maternidades em Longyearbyen, o que pode colocar em risco a vida de mães e bebés. Para evitar problemas, as gestantes devem sair da cidade com destino ao continente pelo menos 1 mês antes do parto.