Documentos obtidos com exclusividade pelo Diário do Nordeste revelam que ao menos cinco edifícios da Construtora e Imobiliária SAD LTDA receberam notificações de risco de desabamento entre 2019 e 2025. A empresa foi alvo de diversas autuações por falta de manutenção, ausência de Certificados de Inspeção Predial (CIP) e demolições irregulares.
Prédios com risco e autuações
A Defesa Civil de Fortaleza confirmou a notificação de risco de desabamento para os seguintes edifícios da SAD:
- Antonio Cardoso Linhares Neto (Rua Leonardo Mota, Dionísio Torres);
- Residencial Linhares (Rua Humberto Monte, Bela Vista);
- Alda Cardoso Linhares (Av. Rui Barbosa, Aldeota);
- Luis Linhares II (Rua Padre Valdevino, Aldeota);
- Luis Linhares (Rua Joaquim Alves, Meireles).
Os casos foram registrados entre 2019 e 2025.
Além dos riscos estruturais, três desses prédios foram autuados pela Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) por não apresentarem o CIP, documento obrigatório para garantir a segurança predial.
Também houve registros de demolições realizadas sem licença nos bairros Meireles e Joaquim Távora, além de um terreno mantido com entulho e sem fechamento na Aldeota.
Defesa Civil alerta sobre responsabilidade
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, tenente-coronel Haroldo Gondim, o papel do órgão é identificar vulnerabilidades estruturais e notificar os responsáveis, sugerindo medidas corretivas. Em casos extremos, a interdição parcial ou total da edificação pode ser determinada.
A SAD afirma ter contratado engenheiros especializados e nega risco iminente nas edificações inspecionadas. Em nota, o proprietário Antonio Cardoso Linhares informou que os relatórios preliminares apontam ausência de risco estrutural, e que os laudos completos serão entregues à Defesa Civil com os planos de correção.
Proprietária de duas unidades no Edifício Antonio Cardoso Linhares Neto, uma administradora de 48 anos relata que a SAD, que também administra o condomínio, não realiza as manutenções necessárias. Ela afirma que síndicos indicados pela empresa não têm autonomia para resolver os problemas.
Vazamentos, problemas na rede elétrica, elevadores defeituosos e estrutura em deterioração são algumas das queixas frequentes em prédios da SAD, conforme relatos de inquilinos e proprietários.