A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, nesta semana, um alerta sobre os perigos da hipertricose — crescimento incomum de pelos — em bebês que tiveram contato com o minoxidil. O medicamento, comumente prescrito para tratar a calvície masculina, despertou atenção após registros de casos em que crianças desenvolveram excesso de pelos por exposição indireta à substância, geralmente aplicada por adultos em tratamento.
Diante da situação, a Anvisa orientou as fabricantes e detentoras do registro do fármaco a atualizarem suas bulas, acrescentando o risco da condição como possível efeito adverso em casos de exposição acidental, sobretudo em ambientes compartilhados com crianças pequenas.
Impacto do minoxidil nos bebês
A Anvisa recomenda que profissionais de saúde instruam seus pacientes a manter bebês afastados de superfícies ou regiões do corpo onde o minoxidil foi utilizado. Também é fundamental reforçar a necessidade de higienizar bem as mãos após a aplicação do produto. O alerta se torna ainda mais importante em contextos familiares nos quais o usuário do medicamento convive de forma próxima e constante com crianças pequenas.
A hipertricose, chamada popularmente de “síndrome do lobisomem”, é uma condição incomum marcada pelo surgimento anormal de pelos em regiões do corpo onde seu crescimento não é habitual, com volume e densidade muito acima do esperado.
Essa alteração pode ter origem genética, manifestando-se desde o nascimento, ou ser desencadeada por fatores externos — como a exposição a determinados medicamentos. É o caso do minoxidil, cujo uso pode levar ao desenvolvimento temporário da condição em crianças. Nesses casos, a reversão do quadro pode ocorrer com a interrupção do agente causador.
Síndrome do lobisomem
Apesar de não provocar dor, a hipertricose pode ter consequências emocionais relevantes, sobretudo entre os mais jovens. A aparência incomum pode gerar desconforto, constrangimento e, muitas vezes, levar ao isolamento social ou baixa autoestima.
Diante disso, é fundamental que o cuidado médico envolva não apenas o tratamento clínico, mas também o suporte psicológico, garantindo acolhimento e acompanhamento emocional à criança e à família. Isso contribui para uma adaptação mais saudável e para a construção da autoconfiança, minimizando os efeitos negativos da condição na convivência social e no bem-estar infantil.