O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou que o nome “bacalhau” só pode ser atribuído, oficialmente no Brasil, a três espécies específicas: Gadus morhua (do Atlântico Norte), Gadus macrocephalus (do Pacífico Norte) e Gadus ogac (da Groenlândia).
Essa regulamentação, válida desde 2019, visa padronizar o uso do termo e proteger o consumidor contra práticas enganosas no mercado de pescados salgados e secos.
Ainda assim, muitos consumidores acabam levando para casa produtos “tipo bacalhau”, como o saithe, o ling e o zarbo, que também pertencem à família Gadidae, mas não podem, legalmente, ser rotulados como bacalhau no país.
Entender a diferença entre essas espécies é essencial, principalmente em épocas como a Páscoa, quando o consumo do pescado aumenta significativamente.
Como identificar o verdadeiro bacalhau
A forma mais segura de identificar o bacalhau autêntico é verificar o nome científico no rótulo. Em produtos embalados, essa informação deve estar claramente visível. Já em peças vendidas a granel, a observação da forma física pode ajudar bastante.
O Gadus morhua, considerado o bacalhau “original” ou “do Porto”, possui corpo triangular, postas altas e cauda reta. É a maior entre as três espécies autorizadas.
As outras duas, macrocephalus e ogac, apresentam características semelhantes, também com formato espalmado e cauda reta, o que ajuda a diferenciá-los dos peixes do tipo bacalhau, como o saithe, que possui cauda em forma de V e carne mais gordurosa.
Vale mencionar que o saithe é o mais comercializado no Brasil, apesar de seu sabor mais intenso e textura distinta, que desfia menos do que o bacalhau legítimo. Isso porque seu custo é geralmente mais acessível.
As diferenças entre os “tipos bacalhau” que confundem os consumidores
Entre os peixes que imitam o bacalhau, o ling e o zarbo também merecem atenção. O ling tem corpo estreito e alongado, cauda arredondada e carne firme, clara e suave. Já o zarbo, o menor dos três, apresenta barbatanas e cauda quase unidas. Sua carne é firme e lembra o sabor de siris e caranguejos, sendo muito usada em bolinhos e caldos.
Outro detalhe importante é que, embora esses peixes possam ser confundidos visualmente com o bacalhau verdadeiro, suas características sensoriais, como sabor, cor e textura, são distintas. Dessa forma, o conhecimento técnico e a leitura atenta das embalagens são fundamentais para garantir a autenticidade do produto.