De acordo com um estudo realizado pelo Ministério da Saúde, 19% das pessoas que foram infectadas pela covid-19 ainda relatam sintomas prolongados da doença, incluindo fadiga intensa, perda de memória, ansiedade, dificuldade de concentração, dores nas articulações e queda de cabelo.
De acordo com o estudo, os sintomas conhecidos como “pós-covid” são mais prevalentes entre mulheres e indígenas. A pesquisa, parte do projeto Epicovid 2.0, que tem como objetivo medir a verdadeira extensão da pandemia no Brasil, foi divulgada em dezembro.
Pesquisa sobre o Covid
De acordo com os dados da pesquisa:
- Infecção pelo coronavírus: Mais de 28% da população brasileira, o que equivale a cerca de 60 milhões de pessoas, relataram ter sido infectadas.
- Vacinação: 90,2% dos entrevistados tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19. 84,6% completaram o esquema vacinal com as duas doses.
- Adesão à vacinação: A adesão foi especialmente alta na Região Sudeste, entre idosos, mulheres e pessoas com maior nível de escolaridade e renda.
- Ceticismo sobre a vacina: 27,3% dos entrevistados demonstraram desconfiança em relação às informações sobre a vacina. 15,1% dos participantes afirmaram ser indiferentes ao assunto.
- Motivos para não vacinação: 32,4% dos não vacinados não acreditam na eficácia da vacina. 0,5% não acreditam na existência do vírus. 31% temem que a vacina cause mal à saúde. 2,5% alegaram já ter contraído a covid-19.
O estudo foi conduzido em 133 cidades, com 33.250 entrevistas, sob a coordenação do Ministério da Saúde e contou com a colaboração de diversas universidades e centros de pesquisa, incluindo a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Prevenção de sequelas pulmonares
A pesquisa também destacou que cerca de 75% das pessoas que passaram por casos graves de covid-19 apresentam algum nível de comprometimento pulmonar, o que pode demandar acompanhamento médico contínuo.
Neste cenário, o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) emergiu como um centro de referência, criando um software inovador para identificar e prevenir complicações pulmonares em pacientes que se recuperaram da covid-19.
O software analisa os dados dos pacientes para detectar os riscos de lesões pulmonares, com base em exames rápidos e simples, como raio-x de tórax e espirometria. Essa tecnologia tem sido empregada para ajudar médicos em unidades básicas de saúde a identificar pacientes que necessitam de exames mais caros, como tomografias.