Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 80% das pessoas em todo o mundo entrarão em contato com o papilomavírus humano (HPV) ao longo da vida. Apesar da alta incidência, isso não quer dizer que todos apresentarão sintomas.
Em grande parte dos casos, o próprio sistema de defesa do corpo é capaz de neutralizar o vírus, mantendo-o inativo no organismo por tempo indeterminado. Mesmo sem provocar sinais imediatos, o HPV pode permanecer silencioso e só manifestar consequências clínicas muitos anos após a infecção inicial — em certos casos, esse intervalo pode chegar a duas décadas.
Idades críticas
Apesar de ser comumente ligado aos mais jovens, o HPV também pode afetar pessoas em idade mais avançada. Entre as mulheres, os períodos de maior incidência da infecção geralmente ocorrem por volta dos 25 e dos 45 anos. O primeiro pico está associado ao início da atividade sexual, fase em que o risco de exposição ao vírus aumenta significativamente.
Já o segundo pico, mais tarde na vida, costuma estar relacionado ao desenvolvimento de alterações celulares mais graves, como lesões pré-cancerígenas e, em alguns casos, ao câncer do colo do útero. De acordo com especialistas, uma parcela significativa — mais de 40% — dos diagnósticos desse tipo de câncer acontece entre os 40 e 45 anos, o que reforça a importância da vigilância e dos exames preventivos mesmo após a juventude.
Prevenção contra o HPV
A principal forma de prevenção contra o HPV é a vacinação. O imunizante é oferecido gratuitamente pelo SUS a meninas e meninos entre 9 e 14 anos, faixa etária em que a resposta imunológica é mais eficaz. Desde 2023, a orientação do Ministério da Saúde passou de duas para apenas uma dose.
Mesmo quem já iniciou a vida sexual pode e deve se vacinar, embora nesse caso a vacina esteja disponível apenas em clínicas particulares. Nessas clínicas, costuma-se utilizar a versão nonavalente, que protege contra nove tipos do vírus, mas o custo pode ser elevado.
É importante reforçar que uma infecção anterior pelo HPV não garante imunidade contra novos tipos. Por isso, a vacina é essencial. Além disso, o uso de preservativos, a realização de exames ginecológicos de rotina, como o papanicolau, e a adoção de hábitos saudáveis também são formas eficazes de prevenção.