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Finanças Comportamentais: A Psicologia por Trás das Decisões Financeiras

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Ao listar as principais características de um gestor financeiro, geralmente, tem-se a ideia de um profissional extremamente analítico, capaz de interpretar números e indicadores com precisão e agilidade. De acordo com o senso comum, estas características o tornam apto a tomar decisões importantíssimas sob qualquer circunstância no menor tempo possível.

Porém, mesmo um gestor com tais habilidades está sujeito a cometer erros. Diante deste risco, existe um campo de estudo que explora como as emoções e o comportamento humano afetam as decisões financeiras. Chamada de finanças comportamentais, esta área de estudo combina psicologia e economia para entender como as emoções e o comportamento humano afetam as decisões financeiras.

Ao contrário da teoria econômica tradicional, que assume que as pessoas são racionais e tomam decisões para maximizar a utilidade, as finanças comportamentais reconhecem que os seres humanos são propensos a erros de julgamento e vieses cognitivos que podem levar a decisões financeiras ruins.

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Vieses Cognitivos e Erros de Julgamento
Um dos pilares das finanças comportamentais é o estudo dos vieses cognitivos, que são padrões de pensamento que levam a percepções distorcidas da realidade. Esses vieses podem resultar em decisões estéreis ou diretamente prejudiciais. Alguns dos vieses mais comuns:

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Aversão à Perda
A tendência de preferir evitar perdas a obter ganhos equivalentes. Isso pode levar o gestor a manter estratégias que não performaram como o esperado ou como em outros períodos, em vez de aceitar a mudança de cenário e investir em outras oportunidades mais promissoras.

Um exemplo disto é o gestor hesitar em investir em uma nova tecnologia inovadora por medo de perder o investimento inicial, apesar do potencial de um retorno significativo cobrir o valor perdido. Como visto, a aversão à perda pode levar a decisões excessivamente conservadoras que impedem o crescimento e a inovação da empresa.

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Excesso de Confiança
A crença superestimada na própria habilidade de tomar boas decisões financeiras, o que pode levar a um maior risco sem uma análise adequada. Isso pode levar a decisões arriscadas, como investir em projetos sem uma validação objetiva ou ignorar sinais de alerta do mercado.

O excesso de confiança pode resultar em grandes erros e, por consequência, perdas financeiras se as coisas não saírem conforme o esperado, pois os gestores podem não estar preparados para lidar com os resultados adversos devido à sua crença otimista excessiva.

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Ancoragem
A ancoragem ocorre quando os gestores dependem excessivamente de uma informação inicial ou de um valor específico ao tomar decisões financeiras, mesmo que essa informação possa ser irrelevante ou desatualizada.

Efeito Manada
O efeito manada, muito comum no mercado de capitais, é a tendência dos gestores e investidores de seguir as ações da maioria, muitas vezes sem uma análise independente ou crítica. No contexto corporativo, isso pode se manifestar quando as empresas tomam decisões de investimento ou estratégicas baseadas no que outras empresas estão fazendo, em vez de confiar em sua própria pesquisa e julgamento.

Emoções e Finanças
As emoções podem ter um impacto significativo nas decisões financeiras, muitas vezes levando a escolhas impensadas ou irracionais. Gestores e executivos, embora treinados para analisar dados objetivamente, ainda são suscetíveis a emoções como medo, ganância ou lealdade excessiva a projetos pessoais. Isso pode resultar em aderência a projetos ruins devido ao apego emocional, resistência a mudanças necessárias por medo do desconhecido ou tomada de risco excessiva impulsionada pela ganância.

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Reconhecer e gerenciar as emoções no local de trabalho é crucial para garantir que as decisões financeiras sejam baseadas em análises rigorosas e dados concretos, minimizando o impacto negativo das emoções na saúde financeira da empresa.

Influências Sociais
As finanças comportamentais também consideram como as influências sociais afetam as decisões financeiras. Aqui cabe uma referência ao comportamento de manada, onde as tendências do mercado ou as ações de outras empresas são seguidas sem considerar sua própria análise ou estratégia.

Tais influências não se limitam apenas ao aspecto econômico, elas podem baseadas em gostos pessoais ou em ideologias. A consequência disto é a opção por investir em uma determinada área porque é vista como uma escolha popular ou prestigiosa, mesmo que não seja a mais rentável para a empresa.

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Estratégias para Mitigar Vieses
Para mitigar vieses frente a uma tomada de decisão, é essencial definir claramente os desafios e oportunidades, gerar múltiplas soluções alternativas, avaliar o custo-benefício de cada opção e escolher a solução ótima com base em análises objetivas.

Uma análise de risco é fundamental neste contexto, pois ajuda a evitar prejuízos e a assumir riscos calculados. Ela permite identificar potenciais ameaças, preparar-se para desafios inesperados e proteger os ativos da empresa. Para isso, é indispensável utilizar análises financeiras rigorosas e fundamentar as decisões.

Uma abordagem organizada e sistemática para escolher entre várias alternativas disponíveis é importante. Ele envolve etapas bem definidas e ajuda a tomar decisões mais informadas e assertivas. É parte deste processo coletar informações relevantes, identificar alternativas, avaliar evidências, escolher alternativas, implementar a decisão e, por fim, analisar e monitorar o resultado.

Em todas as etapas adaptar-se às necessidades específicas de cada situação é fundamental para obter resultados eficazes.

Não menos importante, estar qualificado e capacitado diminui os riscos de tomar uma decisão enviesada. Profissionais qualificados têm uma base sólida de conhecimento e habilidades, sendo possível avaliar alternativas de forma mais completa e precisa.

 

 

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