Ícone do site Tribuna de Minas

Gestão da Segurança do Paciente: Destaque para o Núcleo e Plano de segurança

Imagem do WhatsApp de 2023 04 20 as 08.43.51
PUBLICIDADE

A segurança do paciente é primordial, independentemente do processo de cuidado ao qual ele está sendo submetido!

É evidente e preocupante a persistência e permanência da prática insegura de processos assistenciais e administrativos em unidades de saúde. Em diversos países do mundo, todos os anos, existem números expressivos de disfunções, mortes prematuras associadas a danos evitáveis decorrentes do cuidado hospitalar, além de números relevantes de Eventos Adversos (EA).

O Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) é uma das estratégias essenciais para garantir a integridade do enfermo ao longo de sua trajetória de cuidado. Neste sentido, é importante que os estabelecimentos de saúde estejam em constante aprimoramento das atividades que garantam a proteção do paciente.

PUBLICIDADE

Não é possível qualificar processos de cuidado e aperfeiçoar a prestação do serviço de saúde, sem estabelecer, implantar e desenvolver o Núcleo de Segurança do Paciente, portanto, a orientação é: organizem-se e implementem efetivamente o Núcleo de Segurança do Paciente!

PUBLICIDADE

Ao NSP cabe a tarefa crucial de desenvolver, estabelecer e implementar de forma integral o Plano de Segurança do Paciente (PSP). Nesse contexto, é de suma importância compreender a gestão de riscos, reconhecer a relevância da melhoria no cuidado, assim como o domínio da gestão da qualidade. Ademais, é essencial a familiarização com protocolos e indicadores que fomentem a Cultura da Segurança do Paciente, sempre alinhados à especificidade de atuação da clínica.

Conforme o art. 3º da RDC nº. 36/2013, o NSP é a “instância do serviço de saúde criada para promover e apoiar a implementação de ações voltadas à segurança do paciente”, sendo de extrema importância para qualidade e segurança da vida e da saúde. O sucesso do NSP depende de sua composição, pois deve ser formado por equipe multidisciplinar e deve envolver os diversos setores da instituição.

PUBLICIDADE

Neste sentido, todas as organizações de saúde, sejam elas, públicas, privadas, filantrópicas, civis, militares ou de ensino e pesquisa, estão obrigadas a criar o NSP. Vale ressaltar que não estou me referindo somente a hospitais, mas também as clínicas médicas, como por exemplo, clínicas de diálise, imagem, endoscopias e colonoscopias, de terapias intensivas, dentre outras.

Fica a cargo da diretoria da unidade de saúde, escolher e nomear os integrantes do NSP, conferindo neste mesmo ato, autoridade para que seus representantes tenham total autonomia para executar as ações do Plano de Segurança do Paciente (PSP).

PUBLICIDADE

Lembrando que o aconselhável é incluir membros da equipe assistencial e não assistencial para possibilitar o melhor trabalho possível e que exista agenda periódica para tratar verdadeiramente da redução de riscos, adoção das práticas de segurança do paciente e aprimoramento da qualidade dos cuidados oferecidos.

Os médicos que atuam em escritório próprio/autônomo, não precisam constituir o NSP.

 

PUBLICIDADE

E por que devemos instituir o Núcleo de Segurança do Paciente?

Sem ele fica difícil compreender o real motivo das falhas bem como o gerenciamento delas, além de ser compulsória sua formalização. O NSP contribui para a disseminação da Cultura da Segurança, ajuda na melhoria dos processos de cuidado, permite análise das integrações dos processos na gestão de riscos, dentre outros motivos plausíveis.

O sucesso do NSP dependerá do porte da instituição e sua área de atuação, normalmente envolve equipe multissetorial, formada por médicos, farmacêuticos, enfermeiros, administrativo, e que estes, sejam capacitados para a qualidade e gestão de riscos, conhecedores dos processos e procedimentos que envolvem a linha de cuidado e que tenham perfil para liderar. Deve ser nomeado um coordenador, este precisará ser uma pessoa de referência para a equipe, é indicado que esta pessoa tenha conhecimento dos processos, além do conhecimento em gestão de qualidade.

PUBLICIDADE

Vale destacar que a autoridade máxima da instituição deve aprovar o NSP e que sua postura deve refletir genuinamente o compromisso e responsabilidade com a causa segurança. Sem a efetiva aprovação ou envolvimento da autoridade máxima, posteriormente, a composição não terá subsistência, prejudicando os objetivos do Plano de Segurança do Paciente (PSP), desenvolvido pelo NSP.

Uma instituição de saúde que não possui uma direção engajada e compromissada com a qualidade e segurança, certamente será fraca e com ela sua reputação e seus feitos.

Na prática, um exemplo simples: A alta direção nomeará o Núcleo de Segurança do Paciente, por intermédio de uma portaria, ata ou outro, indicando quais serão os integrantes bem como o coordenador do NSP. Neste ato formal deverá constar explicitamente que a alta direção da instituição de saúde confere aos componentes, autoridade, poder e responsabilidade, para elaborar, desenvolver, implantar e monitorar as ações do Plano de Segurança do Paciente.

 

E quais são as atividades do Núcleo de Segurança do Paciente?

O NSP tem como foco central a elaboração, implantação, divulgação e atualização contínua do Plano de Segurança do Paciente (PSP). Isso envolve a efetivação dos Protocolos de Segurança do Paciente e uma vigilância ativa dos indicadores correspondentes. Além disso, o NSP impulsiona ações para promover a integração entre as diversas áreas profissionais e a articulação dentro dos serviços de saúde, gerenciando riscos e incentivando a identificação de possíveis inadequações nos processos e procedimentos, que abrangem inclusive a utilização de equipamentos, medicamentos e insumos, com o intuito de adotar medidas preventivas e corretivas. O estabelecimento de barreiras protetivas para evitar incidentes é considerado uma prioridade fundamental.

A equipe do NSP também dedica seus esforços à criação, implementação e acompanhamento de programas de capacitação voltados para a segurança do paciente e a qualidade dos serviços de saúde. Além disso, conduz análises e avaliações dos dados relacionados a incidentes ocorridos durante a assistência médica, compartilhando esses resultados tanto com a gestão quanto com os profissionais de saúde. É obrigatória a notificação dos Eventos Adversos (EAs) ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), assim como o acompanhamento de alertas sanitários e outras comunicações de risco emitidas pelas autoridades de saúde, preservando a saúde de pacientes, profissionais e familiares.

 

Agora, compreenderemos melhor sobre o Plano de Segurança do Paciente.

O Plano de Segurança do Paciente (PSP) é um documento que define prioridades para práticas seguras, gestão de riscos e reestruturação de processos, com foco na segurança do paciente. Ele também identifica estratégias para conectar lideranças e profissionais na linha de frente, abordando treinamento e avaliação da cultura de segurança. O PSP destaca riscos, descreve estratégias para gerenciá-los e prevenir incidentes em todas as etapas do cuidado.

Em essência, o PSP é um planejamento estratégico para a segurança do paciente, recomendando sua integração ao plano geral da organização, alinhado com missão, visão e valores. Deve também estar em harmonia com outros planos e programas, como prevenção de infecções. Para eficácia, é sugerido subdividir o PSP em planos de ação detalhados até o nível das atividades específicas.Parte superior do formulário

A elaboração do Plano de Segurança do Paciente (PSP) é de responsabilidade do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), bem como sua execução, acompanhamento e atualização.

O Plano servirá como um mapa direcionador de ações e controle, devendo abranger todo o conteúdo programático de ações, tanto de macro assistências quanto de níveis operacionais, envolvendo reais decisões de controle e minimização de riscos.

Para uma perfeita elaboração e execução do PSP é preciso realizar diagnóstico do contexto e dos perigos potenciais, ou seja, nesta etapa, estabelecem-se os objetivos de segurança do paciente e do ambiente. Isso requer a análise de fatores tanto internos quanto externos que moldam a estratégia de gerenciamento de riscos da organização. Os fatores internos abrangem a estrutura, metas, recursos e cultura organizacional, enquanto os externos englobam o contexto cultural, legal, político, econômico, tecnológico e as tendências.

Para identificar riscos e ameaças, diversas ferramentas (consenso, mapeamento de processos) e fontes (indicadores, líderes, Ouvidoria) podem ser empregadas, culminando em uma minuciosa listagem dos riscos institucionais. Além disso, é vital estabelecer as prioridades operacionais e estratégias de segurança. Isso implica utilizar diretrizes como os Protocolos Fundamentais de Segurança do Paciente, as Metas Internacionais de Segurança do Paciente dentre outras, para orientar a definição de enfoques prioritários nos serviços de saúde.

Indiscutivelmente, o ponto de partida essencial para a implementação eficaz do PSP é capacitar a equipe por meio de treinamento. Ademais, é crucial ressaltar a imperativa necessidade de a liderança manter uma presença constante ao direcionar as medidas propostas, supervisionando e executando tais ações para realçar todo o progresso alcançado. Um cronograma de ação deve ser estabelecido, distribuindo responsabilidades entre os membros da equipe e designando os encarregados para cada tarefa. Reforçar as ações com o objetivo de eliminar, controlar ou mitigar riscos revela-se absolutamente essencial.

 

 

 

Sair da versão mobile