Flexibilidade cognitiva: a chave para aprender, desaprender e reaprender no mundo moderno
Marcelle Larcher
Vivemos em uma era de rápidas transformações, onde as habilidades que dominamos hoje podem se tornar obsoletas em poucos anos. Nesse cenário, a flexibilidade cognitiva se destaca como uma das competências mais valiosas. Mas o que exatamente isso significa?
A flexibilidade cognitiva é a capacidade de ajustar nossa maneira de pensar, se adaptar a novas informações e mudar nossa abordagem diante de desafios inesperados. É essa habilidade que nos permite aprender, desaprender e reaprender — um ciclo contínuo que garante nosso sucesso em um mundo de constantes inovações.
Vamos explorar como essa capacidade é essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional, além de estratégias para fortalecer essa competência?
O que é flexibilidade cognitiva?
A flexibilidade cognitiva é a capacidade de mudar rapidamente de uma tarefa ou pensamento para outro, e também a habilidade de enxergar múltiplas perspectivas. Em termos práticos, isso significa que pessoas com alta flexibilidade cognitiva conseguem aprender novas informações, identificar padrões, encontrar soluções inovadoras para problemas e se adaptar rapidamente a novas situações.
No ambiente de trabalho, essa competência é essencial. À medida que novas tecnologias, metodologias e práticas são introduzidas, quem possui flexibilidade cognitiva se adapta com mais facilidade e prospera em cenários de mudança. Diferente de quem prefere seguir uma abordagem rígida, o profissional com flexibilidade cognitiva é capaz de explorar novos caminhos, revisar suposições e ajustar suas ações conforme o necessário.
Por que a flexibilidade cognitiva é crucial no ambiente de trabalho atual?
O mundo corporativo passa por mudanças constantes, impulsionado pela digitalização, automação e globalização. Hoje, as organizações buscam pessoas que, além de terem conhecimentos técnicos, também sejam ágeis no pensamento e capazes de navegar em situações incertas. Um estudo da World Economic Forum aponta que, em 2025, as principais habilidades procuradas pelos empregadores serão a capacidade de resolver problemas complexos e a flexibilidade cognitiva.
Isso se traduz em maior empregabilidade, já que esses profissionais são vistos como adaptáveis, inovadores e resilientes. Eles não apenas se destacam ao enfrentar desafios, mas também contribuem ativamente para a inovação dentro das organizações. A flexibilidade cognitiva é, portanto, um diferencial competitivo no ambiente de trabalho atual.
A importância de aprender, desaprender e reaprender
Para desenvolver flexibilidade cognitiva, é necessário abraçar um ciclo contínuo de aprendizado. Isso envolve três fases principais: aprender, desaprender e reaprender. Vamos entender o que significa cada uma dessas etapas e como elas se conectam com a flexibilidade cognitiva.
Aprender: incorporando novas ideias e habilidades
Aprender é o primeiro passo em qualquer processo de desenvolvimento. No entanto, o aprendizado hoje vai além da mera absorção de informações. No ambiente corporativo, aprender envolve a capacidade de aplicar novos conhecimentos de forma prática e eficaz. Por exemplo, um profissional que precisa se familiarizar com uma nova tecnologia ou sistema deve não apenas entender suas funcionalidades, mas também saber utilizá-las para resolver problemas e alcançar resultados.
Além disso, com o avanço da internet e a democratização do acesso à informação, aprender se tornou um processo contínuo. Nunca foi tão fácil adquirir novos conhecimentos e habilidades. No entanto, isso também significa que o volume de informações a ser absorvido aumentou, e saber filtrar o que é relevante se tornou uma habilidade crítica.
Desaprender: deixando velhos conceitos para trás
Desaprender é, sem dúvida, uma das fases mais desafiadoras. Envolve reconhecer que certos conhecimentos ou práticas que já foram eficazes podem não ser mais aplicáveis no contexto atual. Desaprender não significa simplesmente esquecer, mas sim abandonar velhos conceitos que não servem mais para abrir espaço para novas ideias e abordagens.
No mundo corporativo, desaprender é essencial para se manter relevante. Profissionais que insistem em métodos ultrapassados podem ficar para trás à medida que novos modelos de trabalho, tecnologias e práticas emergem. O desaprender exige um certo grau de humildade e uma mentalidade aberta, pois muitas vezes estamos profundamente apegados às nossas crenças e métodos anteriores.
Reaprender: adaptando-se à nova realidade
Reaprender é a capacidade de revisitar e atualizar conhecimentos e habilidades, adaptando-os a novos contextos. Um exemplo claro é a evolução de softwares e tecnologias. Mesmo que um profissional já tenha dominado uma ferramenta em particular, com as constantes atualizações e melhorias, ele precisa reaprender como usá-la de forma otimizada.
Mais do que isso, reaprender significa reconhecer que o conhecimento não é estático. O que sabemos hoje pode ser aperfeiçoado ou substituído, e profissionais bem-sucedidos são aqueles que estão dispostos a revisar e melhorar constantemente suas abordagens e habilidades.
Benefícios da flexibilidade cognitiva para a carreira
Agora que já entendemos o que envolve o ciclo de aprender, desaprender e reaprender, é importante destacar os benefícios que a flexibilidade cognitiva traz para o desenvolvimento da carreira.
Inovação e solução de problemas
Profissionais com alta flexibilidade cognitiva são, geralmente, mais inovadores. Isso porque estão constantemente questionando o status quo e buscando novas maneiras de resolver problemas. A capacidade de ver uma situação sob diferentes perspectivas e testar soluções variadas leva à inovação, um ativo valioso em qualquer setor.
Quando um desafio surge, essas pessoas não ficam presas a uma única forma de resolver o problema. Elas conseguem identificar novas possibilidades e alternativas, o que facilita a resolução de situações complexas e contribui para o sucesso organizacional.
Resiliência e adaptação a mudanças
A flexibilidade cognitiva também está diretamente ligada à resiliência. Profissionais que são flexíveis mentalmente conseguem lidar melhor com mudanças abruptas e incertezas, o que os torna menos suscetíveis ao estresse em situações desafiadoras. Em tempos de crise, esses profissionais tendem a se destacar por sua habilidade de se adaptar rapidamente e continuar contribuindo de maneira eficaz.
Além disso, ao praticar o desaprender e reaprender, esses profissionais são mais rápidos em se ajustar a novas tendências e tecnologias, garantindo que sua carreira esteja sempre alinhada às necessidades do mercado.
Conclusão
Vimos como a flexibilidade cognitiva, com sua capacidade de aprender, desaprender e reaprender, é uma habilidade indispensável em um mundo em constante mudança. No ambiente de trabalho, essa competência não só garante que os profissionais permaneçam relevantes, como também os torna mais inovadores e resilientes.
Desenvolver flexibilidade cognitiva requer prática, mas com as estratégias certas, é possível fortalecer essa habilidade e aplicá-la no dia a dia.