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A competência “invisível”: por que a inteligência emocional decide quem cresce e quem estagna na carreira

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No papel, dois profissionais podem parecer ter perfis bem semelhantes: mesma formação, tempo de experiência parecido, entrega consistente. Mas, na prática, um avança, ganha espaço, recebe responsabilidades e o outro permanece onde está. E não é porque um sabe mais do que o outro. A diferença mora em algo menos visível, porém decisivo: como cada um, lida com as emoções no ambiente de trabalho.

Ainda escutamos muito por aí que inteligência emocional é um diferencial, quando a verdade é que essa habilidade já virou pré-requisito. Em um mercado cada vez mais complexo, colaborativo e veloz, saber lidar com pessoas e com a gente mesmo é um dos principais pilares que sustentam o crescimento profissional.

Algo além do currículo

Talvez você conheça alguém assim: tecnicamente muito bom, dedicado, inteligente, mas que vive se desentendendo com colegas, reage mal ao ser contrariado, tem dificuldade em ouvir e costuma levar tudo para o lado pessoal. São pessoas que acumulam competência, mas no campo comportamental se tornam difíceis de conviver.

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Do outro lado, há quem sabe se adaptar, escutar e dialogar mesmo diante do estresse. Pessoas que não apenas dominam a técnica, mas também gerenciam bem suas emoções e relações. São elas que inspiram confiança e é nelas que a liderança aposta quando surgem novas oportunidades.

Mas, vamos ao que interessa! Quero te mostrar que a inteligência emocional, ao contrário do que muita gente pensa, não é um conceito subjetivo. É uma habilidade concreta, prática e mensurável. 

O que é, de fato, inteligência emocional?

O termo ganhou força nos anos 1990 com o psicólogo Daniel Goleman, que popularizou o conceito e mostrou, com base em estudos, que o sucesso profissional depende muito mais de competências emocionais do que apenas de QI ou habilidades técnicas. Desde então, a inteligência emocional vem sendo estudada, aplicada e, principalmente, exigida no mercado de trabalho.

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Mas afinal, o que significa ter inteligência emocional? Como mencionado, estamos falando da capacidade de reconhecer, compreender e administrar as próprias emoções e fazer o mesmo em relação aos outros. Parece simples, mas envolve uma série de habilidades que nem sempre são ensinadas na escola ou valorizadas nas primeiras fases da carreira.

Dentre elas, podemos destacar:

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Quem cresce revela isso nas pequenas reações

Pode observar: ninguém é promovido apenas porque sabe usar uma ferramenta ou porque entrega um relatório impecável. O que realmente diferencia profissionais é o como conduzem as coisas. 

Pense em uma situação de conflito. Quem se destaca não é a pessoa que grita, ignora ou cria atrito. É quem respira fundo, escuta, mede as palavras e propõe soluções. Em momentos de pressão, também não é quem se desespera ou transfere culpa que ganha destaque, mas quem mantém a calma e pensa no coletivo.

Em conversas difíceis, é quem tem escuta ativa, postura construtiva e maturidade emocional. Não quem rebate, se fecha ou se defende de tudo. E isso vale para todos os níveis da carreira.

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Seja você estagiário ou gestor, sua forma de se comportar nos momentos mais desafiadores vai dizer muito sobre sua prontidão para os próximos passos.

Inteligência emocional é treinável e muda sua trajetória

Muita gente acredita que inteligência emocional é um dom, que algumas pessoas simplesmente nascem com esse traquejo nato. Mas não é bem dessa maneira. Assim como a gente treina um idioma ou uma habilidade técnica, também é possível e necessário desenvolver como lidamos com as nossas emoções.

Tudo começa pelo autoconhecimento. Observar como você reage em determinadas situações. O que te tira do sério? Que tipo de comportamento dos outros costuma te afetar mais? Quais são seus gatilhos emocionais? Entender tudo isso é o primeiro passo para mudar.

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Depois vem o treino. E sim, são exercícios! Respirar antes de responder. Pedir um tempo antes de tomar uma decisão impulsiva. Escutar de verdade em vez de interromper. Praticar empatia quando o instinto seria julgar. É assim, passo a passo, que a inteligência emocional vai se fortalecendo.

Pesquisas apontam que profissionais com maior inteligência emocional têm mais chances de ocupar cargos de liderança, constroem relações mais duradouras e alcançam níveis mais altos de satisfação no trabalho. Um estudo da TalentSmart, por exemplo, mostrou que 90% dos profissionais com alta performance têm também alto nível de inteligência emocional.

O Fórum Econômico Mundial, nas suas listas anuais de habilidades mais demandadas pelo mercado, inclui a inteligência emocional como uma das principais competências do profissional do presente e do futuro.

Como você tem lidado com você mesmo?

Não é confortável perceber que o maior obstáculo ao nosso crescimento pode estar diante do espelho. Mas é libertador saber que a gente pode mudar. Pode aprender a reagir melhor, a ouvir com mais paciência, a se expressar com mais clareza.

Talvez você não precise de mais um curso técnico neste momento. O seu próximo salto na carreira pode depender de algo mais sutil e mais profundo: entender como suas emoções estão influenciando sua rotina profissional.

Vale se perguntar:

As respostas não vêm todas de uma vez, e tudo bem. O importante é começar a olhar para essas questões com mais gentileza e menos julgamento. Desenvolver inteligência emocional é um processo contínuo. E é justamente esse movimento de se conhecer, se ajustar e se comunicar melhor que mostra ao mercado que você está pronto para ir além.

Porque no fim das contas, a inteligência emocional pode até ser invisível nos currículos, mas ela aparece com muita clareza nas atitudes. E é isso que define quem fica parado e quem avança.

 

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