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Políticas públicas: é hora de avançar!

Pitico Fernando Priamo
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Pouco adianta eu escrever aqui, todos os domingos, que JF tem mais de cem mil pessoas idosas na sua população, se ainda não temos uma cultura social de envolvimento com as questões do nosso envelhecimento. Elas continuam invisíveis e sem vez na sociedade. Mas, eu sou daqueles que acreditam que água mole em pedra dura tanto bate até que fura, e sei que não estou sozinho nessa.

Enquanto isso não acontece, algo precisa ser feito. Precisamos reagir. Ou o melhor, precisamos agir. Estamos, sim, diante de uma nova realidade: temos e teremos, cada vez mais, menos crianças e mais pessoas idosas entre nós. Já somos as pessoas idosas, de amanhã.

No ambiente público da gestão municipal, os poucos e bons equipamentos sociais e de saúde que dispomos – são os mesmos há muito tempo – não respondem mais satisfatoriamente às necessidades cada vez mais crescentes e complexas das pessoas idosas que vivem na cidade. São muitas demandas e diferentes carências que circulam as realidades das pessoas idosas. Outros serviços e cada vez mais ações devem ser oferecidos à população que mais cresce e crescerá daqui para a frente: os 60+, os 70+, os 80+, os 90+ e os 100+.

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Sim, os centenários estão pedindo passagem. Já não são mais tão incomuns assim. Por que a maioria dos políticos não está nem aí para a vida das pessoas idosas? Será que eles não vão envelhecer? Não dá voto? Observo atentamente, como bom telespectador que sou, do noticiário televisivo, e quase, não vejo um projeto de lei ou uma lei que vá contribuir para as melhorias das condições materiais concretas da população idosa do país e da nossa cidade também. Por que os políticos, sobretudo aqueles que já são idosos, não se reconhecem nos seus eleitores também de cabeça branca?

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Nova chance de mudança se apresenta para os eleitores idosos e eleitoras idosas daqui a três meses, quando da realização das eleições municipais, para a definição de um aumento de patamar de civilidade e de atendimento aos seus pleitos. Para isso, é preciso que o eleitor de 70 anos e a eleitora de mais idade não deixem de votar, mesmo sendo o voto facultativo na maior idade. Quais os candidatos e as candidatas tanto a prefeito ou prefeita, quanto a vereador ou vereadora que estão comprometidos com as melhorias das condições de vida das pessoas idosas de nossa cidade? Quais são as suas propostas e como pretendem realizá-las, se eleitos?

Não tenho dúvida em afirmar que precisamos, efetivamente, o quanto antes, avançarmos na destinação de ações, projetos e programas sociais e de saúde para a população idosa da cidade. O que a cidade define de serviços para as pessoas idosas que vivem na zona rural? Para os idosos residentes em Instituições de Longa Permanência? Para as pessoas idosas que fixam parada nas saídas das padarias, restaurantes e cafés da cidade?

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Há muito o que fazer. Está tudo por fazer. O envelhecimento, assim como a infância e a adolescência, são segmentos humanos de toda a sociedade. Portanto, penso que tem que haver um envolvimento político de toda a cidade, na busca de criar condições e meios para a promoção de um envelhecimento digno e saudável para todas as pessoas. Não tem como mais não se destinar ações e políticas públicas municipais para os cidadãos idosos e cidadãs idosas de nossa cidade. E como sabemos que na arena pública é fundamental o exercício da pressão social e comunitária; nessas horas, a força e organização das pessoas idosas podem virar o jogo a favor delas, ainda mais com o apoio de outras idades. Porque são muitas e juntas vão mais longe. É acordar o gigante!

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