No último dia 3 de novembro aconteceram as eleições presidenciais americanas, cujo desenrolar da apuração dos votos ao longo da semana até o anúncio da vitória do democrata Joe Biden polarizaram a atenção mundial, além do inusitado comportamento do adversário derrotado, mostrando que infelizmente este não sabe aceitar serenamente o resultado de um jogo democrático.
Pois bem, muitos aqui por essas bandas vivem a se perguntar quando ocorrem tais eleições: mas o que tenho a ver com isso? Bastante coisa, meus caros. Eis a resposta que deve ser dada, haja vista que, gostemos, ou não, esse pleito ultrapassa bem além das fronteiras do país, alcançando não só a população que dentro delas vota, mas a população de quase todos os países, de forma direta e indireta.
As eleições americanas deste ano de 2020 ganharam uma repercussão mundial ainda mais forte, tanto em função da pandemia e das manifestações populares contra o racismo espalhadas pelo país, quanto em decorrência da pouquíssima habilidade política do Presidente Trump, que vinha acumulando grande insatisfação interna e externa.
Uma vez finalizadas as eleições e sacramentada a vitória dos democratas com Joe Biden, para nós brasileiros, por certo, os americanos não deixarão de serem americanos, patriotas e o velho e conhecido “tio Sam”, como dizem por aí. Logicamente, permanecerão a privilegiar os seus próprios interesses e a pretender continuar nas posições de liderança. No entanto, o que temos efetivamente que fazer é aprender bastante com o ocorrido lá, crescer com as lições e saber aplicá-las nos momentos devidos.
Além disso, não podemos fechar os olhos para o fato de que a saída dos republicanos e a entrada dos democratas irá trazer sim novos desafios ao Brasil, até mesmo em função da postura política do Presidente Bolsonaro, sabidamente diferente dos que agora por lá assumem o poder. Portanto, o país não vai poder fechar os olhos para questões extremamente importantes e impactantes para sua economia e para a vida do povo brasileiro, tais como: o combate ao coronavírus; os rumos do comércio com o Brasil e o mundo; as questões afetas à tecnologia, como o 5G (diga-se China); a política ambiental brasileira; a volatividade do mercado financeiro e do dólar.
Em verdade, tudo ainda é muito recente e muita coisa haverá de acontecer e nada de concreto se tem por afirmar agora. Porém, se formos considerar que Biden é conhecido como um excelente negociador e bastante pragmático, que gosta de lidar mais diretamente com as instituições do que estabelecer diálogos bilaterais, isso poderá ser um contrabalanço ao perfil de Bolsonaro, facilitando um pouco mais as relações entre os dois países, principalmente se o Presidente brasileiro souber dar mais voz à nossa Diplomacia. Fiquemos a torcer para que tudo dê certo, porque esse negócio aí é sim da nossa conta, justamente em função do que foi dito até aqui e o povo brasileiro merece tudo de melhor que lhe puder ser dado!!