O novo ano chega e, com ele, a renovação das esperanças que nos leva adiante. É bom que seja assim, pois, sem esperança, somos presas fáceis da angústia. Nesse ritual de passagem, desejamos individualmente uns aos outros saúde, paz, prosperidade… Mas o que desejar ao nosso país, a esta identidade e projeto comuns que nos ligam reciprocamente, quer queiramos ou não?
Para resumir em um único desejo, já que nossa lista de carências é longa, optaria por aquele que é o mais básico e que nos permite fazer todo o resto. Sem segurança, sem o fundamental direito de ir e vir, trabalhar, prosperar, o resto fica comprometido. E o Brasil é o exemplo da incapacidade de solucionar esse problema. Tivemos, em 2023, homicídios, latrocínios, arrastões, chacinas, execuções por engano e por encomenda… a lista é infindável. De tão acostumados com esse estado geral de violência, achamos normal viajar, por exemplo, para o Rio de Janeiro ou São Paulo e não podermos sequer usar o celular em espaços públicos ou, pior, nem mesmo dentro de carros.
Importante dizer que, ao contrário do que pensam alguns, essa preocupação não é algo exclusivo de uma pretensa “elite”. Não! As pessoas que vivem próximas às regiões violentas – os milhões de brasileiros e brasileiras honestos e trabalhadoras que têm de sair de casa todo dia para ganhar seu sustento – são eles os que mais sofrem com a insegurança diária. Submetidos a uma rotina de dificuldades já enormes, ainda têm de sofrer com traficantes ou milicianos que controlam sua região e os serviços prestados; sofrem com furtos de bens (celular, por exemplo) que lhes custam muito e lhes servem justamente para ganhar a vida. Enfim, sofrem muito e o Estado lhes dá as costas.
Lamentavelmente, mudam os dirigentes à esquerda e à direita e tudo continua como sempre – ou até piora. Por isso, o primeiro desejo, ou pedido, deste humilde cidadão a seu país é este: cumpra sua promessa e seja gentil, pátria amada Brasil.