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Excesso de álcool durante o isolamento social aumenta as chances de doenças

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De acordo com a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), o consumo de bebidas alcoólicas teve o aumento de 40% durante o isolamento social. Devido à pandemia que estamos enfrentando, os encontros sociais, as idas aos shoppings, cinemas, festas e outros locais que podem gerar aglomerações foram proibidas. O recomendado pelos órgãos competentes é que se evite sair por motivos que não sejam realmente necessários, como ir ao supermercado, médico, farmácia, etc.

Somado a isso, a doença ocasionou desempregos e problemas financeiros que geram estresse, ansiedade e depressão. Algumas pessoas descontam esses problemas na comida e também no álcool, ingerindo uma quantidade considerável de bebidas alcoólicas constantemente. Com o isolamento social também surgiram os chamados “encontros virtuais”, em que amigos e familiares se conectam uns com os outros pela internet a fim de manter o contato, um happy hour regado a bebidas, músicas e petiscos.

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É importante ressaltar que os transtornos causados pelo uso exacerbado de álcool afetam cerca de 10% da população e é uma das causas principais de mortes nos Estados Unidos. Em escala mundial, são 3,3 milhões de mortes anuais geradas pelo uso de bebidas alcoólicas. No público jovem, entre 15 e 24 anos, o excesso de álcool também é motivo predominante de mortes. Os adolescentes estão mais sensíveis aos efeitos neurotóxicos dessas bebidas, sendo afetados com a diminuição de neurônios e suas conexões, o que resulta em redução da performance intelectual, da memória, do rendimento escolar, atraso no aprendizado e no desenvolvimento de habilidades, além de ocasionar problemas emocionais graves.

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Um estudo recente feito por pesquisadores da Universidade de Rutgers nos Estados Unidos descobriu que pessoas que consomem bebidas alcoólicas excessivamente podem estar modificando o seu DNA de forma a induzir um aumento no consumo de álcool, gerando um ciclo vicioso. Para chegar a essa conclusão, o estudo analisou três grupos de consumidores de bebidas alcoólicas. O primeiro é chamado de etilista social, ou seja, o consumidor moderado. O segundo grupo reúne pessoas que bebem constantemente. Já o terceiro grupo é nomeado de binge drinking – pessoas que não bebem sempre, mas que quando bebem o consumo é exagerado num curto período de tempo.

De acordo as observações feitas pelo estudo, os dois últimos grupos vão sofrer alterações em determinados genes por um processo chamado de metilação. Com isso, terão variação no circo circadiano (mecanismo que regula o estado do sono e controle do cortisol, hormônio responsável pelo estresse) e uma maior vulnerabilidade ao álcool. Ou seja, sempre que estiverem estressados, vão procurar bebidas alcoólicas.

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Além das complicações mais comuns do uso do álcool, como tonturas, dor de cabeça, desânimo e ressaca, ele pode ocasionar diminuição da memória, déficit cognitivo, diabetes, aumento da pressão arterial, aumento da incidência de derrames (AVC), cardiopatias, depressão, gastrite, hemorragia digestiva, hepatite e cirrose. O álcool também está relacionado ao desenvolvimento de câncer, principalmente câncer de boca, faringe, esôfago, estômago, fígado e intestino.

Não existe uma quantidade segura de bebidas alcoólicas; mesmo doses baixas são tóxicas para o organismo. Vale lembrar que o uso do álcool também interfere na absorção de medicamentos. Por isso, quem está fazendo uso de remédios para tratar alguma patologia deve estar atento ao uso.

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