A Candidíase é uma doença infecciosa causada pelo fungo Cândida albicans, presente no organismo em pequenas quantidades, mas quando ocorre um desequilíbrio na microbiota e no mecanismo de defesa, levando a uma diminuição da resistência do organismo, ela se multiplica se transformando num predador, ameaçando nossas vidas e aparecendo os sintomas.
Existem vários fatores que predispõem o aparecimento da candidíase, tais como, infecções simples (como uma gripe); uso de antibióticos, corticóides, anticoncepcionais, laxantes, imunossupressores; doenças que causam deficiência no sistema imunológico, como HIV, câncer; doenças da tireóide, diabetes, obesidade, gravidez, stress e má alimentação.
A cândida não se restringe a região genital feminina (que acomete três a cada quatro mulheres), dando um corrimento tipo uma nata, coceira, dor, vermelhidão e ardência ao urinar, pode acometer também o pênis (atingindo um em cada quatro homens), gerando um inchaço, vermelhidão, ardência urinar e dor ao coito.
Além disso, ela pode ser perianal, dando coceira e ardência;
Oral, que é o famoso sapinho, gerando um aspecto cremoso no céu da boca, nas bochechas, na língua e diminuindo o paladar;
Pode acometer o esôfago, dando uma dificuldade na deglutição (ato de engolir os alimentos) e dor no peito;
Intestino, dando distensão abdominal, cólica e diarreia;
Cutânea, atingido as áreas de dobras, entre os dedos, virilha, axilas, bolsa escrotal, gerando dores e coceiras;
Pode também ser sistêmica em pacientes em diminuição da imunidade, atingindo os rins, fígado, ossos, coração e olhos.
A doença tem um caráter recorrente em, pelo menos, 40% das pessoas. A Cândida albicans faz parte da microbiota da pele e das mucosas, incluindo trato gastrointestinal e vaginal, mas ela é um germe oportunista, então, qualquer desequilíbrio do sistema imunológico faz com ela que se manifeste.
É importante lembrar que 85% do sistema imunológico está ligado ao intestino. Portanto, quando ocorre um desequilíbrio da microbiota intestinal – que chamamos disbiose – o fungo (no caso, a Cândida) migra para outras regiões. Por isso, o tratamento não pode ser apenas local, ele precisa ser sistêmico e ligado diretamente à alimentação. Além de usar antifúngicos e probióticos, a dieta é fundamental.
Dicas
Evite os alimentos inflamatórios como açúcares, carboidratos refinados e glúten;
Diminua ou elimine leites e derivados. Evite bebidas alcoólicas, não consuma alimentos industrializados e carnes processadas;
De preferência a alimentos probióticos, como kefir, kombucha, vinagre de maçã, coco, orégano, alecrim, cebola, gengibre, tomilho e azeite;
Evite calças apertadas e opte por saias e vestidos;
Durma sem calcinhas e de preferência as de algodão, evitando as sintéticas;
Evite o uso diário de absorvente e não fique com biquíni molhado por muito tempo;
Outra dica é evitar a relação sexual sem uso de preservativo, cuidar da higiene local, beber bastante líquido, evitar cigarro e gerenciar o stress.