Quando era deputado, o economista Marcus Pestana, atual diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente – órgão ligado ao Senado Federal -, participou ativamente de uma comissão especial que tratava da reforma política. Houve avanços, mas ainda insuficientes para garantir um equilíbrio entre os poderes. Ante a possibilidade de o tema voltar à pauta, ele reforçou a defesa do parlamentarismo, com voto distrital misto, e democracia interna dos partidos, mas admitiu que há dificuldades de tal pauta avançar.
“Vamos ver como evolui, diz Marcus Pestana
Em sua avaliação, Marcus Pestana destaca a excessiva e crescente pulverização da representação partidária no parlamento desde 2003 (a maior do mundo) dificulta o presidente da República de formar maioria sólida e governar. “Não há maioria e minoria claramente definidas como nos EUA ou no Reino Unido. Mas outras democracias começam a viver essa dificuldade (Portugal, França, Alemanha, Polônia etc.). Os pontos estruturais (sistema de governo, sistema eleitoral, sistema partidário) são muito difíceis de ser mudados. Isso seria o essencial no meu ponto de vista. Na minha visão, deveria ser implementada a adoção do parlamentarismo, com voto distrital misto e democracia interna nos partidos”. Para Pestana, a reforma em curso no Senado propõe medidas acessórias, como o fim da reeleição e coincidência de mandatos. “Vamos ver como evolui.”