2015, o Ano da Paz
Em 2014, os bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovaram, por unanimidade durante a 52ª Assembleia Geral, o Ano da Paz. Trata-se de um período de reflexões, orações e ações sociais, que se estenderá até o Natal de 2015. Com a proposta do Ano da Paz, a Igreja no Brasil quer ajudar na superação da violência e despertar para a convivência mais respeitosa e fraterna entre as pessoas, explica o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner. “A violência, a falta de paz, provém do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão, do desprezo da vida simples”, pontua dom Leonardo.
De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, mais de 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil em 2012. Os jovens são os principais afetados neste contexto, somando mais de 27 mil vítimas naquele ano. Dom Leonardo afirma que as relações mais próximas, na atualidade, encontram dificuldade de se manterem vivas e que há uma violência generalizada. “Violência que se manifesta na forma da morte de pessoas, na falta de ética na gestão da coisa pública, na impunidade. A violência, a falta de paz, provém do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão, do desprezo da vida simples”, explicou.
O arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da CNBB, dom José Belisário da Silva, afirma que o Ano da Paz é um convite para reflexão sobre os motivos de tantos acontecimentos violentos. “Está na hora de a sociedade brasileira dar passos no sentido de buscar uma harmonia maior no relacionamento humano. Os nossos relacionamentos estão muito desgastados”, ressalta.
Para a celebração do Ano da Paz, serão aproveitados os meses temáticos do Ano Litúrgico, como os meses vocacional, da Bíblia e da missão. “Vamos refletir durante o ano sobre o porquê da violência e sobre a necessidade de uma convivência fecunda e frutuosa. O Ano Litúrgico nos oferece oportunidades para pensar sobre a paz e a realidade da violência”, lembrou dom Leonardo.
Dom Leonardo diz que o Ano Litúrgico oferece oportunidades para refletir sobre a paz e a realidade da violência. “Os meses temáticos como agosto, mês das vocações, setembro, mês da Palavra de Deus, outubro, o mês das missões. Mas desejamos ter um dia para manifestar nas ruas de nossas cidades que acreditamos na paz, na fraternidade.”
Para dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, “a paz é possível para pessoas de boa vontade; é possível se as instituições da sociedade demonstrarem autêntico engajamento na promoção e no cuidado do bem público. Assim, torna-se viável construir e consolidar corresponsavelmente a obra da paz. Para isso, precisamos, talvez, reaprender a assumir o que somos: humanos”.