O papel da universidade
A Tribuna passa, a partir deste domingo, a ouvir as propostas dos candidatos e da candidata à cadeira do reitor Marcus David, que não poderá disputar um terceiro mandato
A partir deste domingo (1º) e nos dois próximos subsequentes (8 e 15 de outubro) a Tribuna apresentará as ideias e projetos dos três candidatos à Reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora em substituição ao reitor Marcos David, que, por já estar no segundo mandato, não poderá, de acordo com o estatuto, disputar uma nova reeleição. O primeiro entrevistado é o professor Lyderson Facio Viccini, que terá como vice a professora Mônica Ribeiro de Oliveira; no dia 08 será a vez da professora Girlene Alves da Silva, que terá o professor Telmo Mota Ronzani como vice. A série termina no dia 15 com a chapa 3, encabeçada pelo professor Flávio Iassuo Takakura, cuja vice será a professora Eliana Lúcia Ferreira. A ordem foi definida por sorteio na presença dos representantes das três chapas.
Entre as maiores e mais premiadas universidades federais do país, a UFJF tem um papel estratégico na região. Criada em 23 de dezembro de 1960, por ato do então presidente Juscelino Kubitschek, é também um importante polo de pesquisa. Tem ainda sob sua gestão o Campus de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
Embora seja uma unidade de ensino, pesquisa e inovação, sua relevância vai além destes limites em razão de sua forte repercussão na vida econômica de Juiz de Fora e da região. Com cerca de 20 mil alunos, implica, necessariamente, em consumo em todas as áreas, inclusive habitação. Mas é na sua atividade fim que se destaca tendo abrigado profissionais de todas as áreas entre eles um presidente da República. Itamar Franco formou-se em engenharia e lá iniciou também a sua militância política à frente do Diretório Acadêmico da Faculdade.
A Tribuna quer ouvir de todos os candidatos e candidatas as metas que pretendem implementar e como superar os desafios. Nos últimos quatro anos, a educação superior passou por uma forte desidratação de recursos levando seus dirigentes a verdadeiros malabarismo, uma vez que, a despeito dos cortes orçamentários, as demandas continuaram em curva ascendente. Com a mudança de Governo o cenário mudou, mas os investimentos ainda estão aquém da necessidade, o que levará o gestor ou gestora a ações fortes para manter a qualidade do ensino, da pesquisa e da inovação.
Não é de hoje que a UFJF tem forte participação na vida da cidade com projetos de inclusão nas discussões sobre o futuro do município. O Polo Tecnológico foi uma questão da qual foi indutora. O projeto passou por várias etapas e, mesmo bem mais modesto do que a forma original, está indo adiante. Seu significado econômico é expressivo, pois será indutor de pesquisas e inovação, fator fundamental para qualquer cidade com pretensões a player no cenário nacional.
Ademais, está longe o tempo em que a academia atuava apartada dos demais segmentos da cidade. A UFJF tem feito parceiras em diversas frentes, o que faz a Tribuna a indagar aos candidatos e candidatas quais as prioridades do seu mandato, uma vez que a repercussão não fica mais restrita aos limites do Campus.