Popularidade digital é importante, mas não define eleição

Para cientista político outras variáveis têm papel importante na definição do voto do eleitor

Por Paulo Cesar Magella

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como foi publicado no Painel de quinta-feira, lidera o Índice de Popularidade Digital, de acordo com pesquisa da Quaest. Ele é seguido pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O governador de Minas, Romeu Zema, ocupa a terceira posição. Em comum, todos são cotados para disputar a presidência da República em 2026 pelo campo da direita com a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro no próximo pleito nacional.

Tal índice, porém, não é determinante para indicar que os três serão os principais players do próximo pleito. Na avaliação do cientista político Paulo Roberto Figueira, da UFJF, “no cenário contemporâneo, ter presença no mundo digital não só é relevante como para certas atividades e posicionamentos políticos é indispensável, mas não é a única variável importante. Se fosse, bastava ver quem tem mais presença digital deduzir que ganha as eleições”. Ele lembrou o posicionamento do ex-presidente Bolsonaro na eleição passada, quando era líder em todos os rankings e projeções digitais, mas não foi reeleito. “Não há uma absoluta presença desse consumo digital de modo igual em todas as regiões”, destacou o professor.

Na avaliação de Paulo Roberto Figueira, há outras variáveis que devem ser levadas e são relevantes. “Não quer dizer que essa não seja relevante. Tanto é fato que, dependendo do público específico a que se queira dirigir, essa certamente é a estratégia mais indispensável. Para outros públicos talvez não seja. Ainda temos uma exclusão digital que não é irrelevante. Ainda temos milhões de pessoas que ainda têm navegação muito restrita à rede ou pacotes de dados muito pouco inclusivos. Há, ainda, muita gente totalmente fora das redes e gerações que não têm o hábito de consumo por essa via,”

O professor finaliza observando que “imaginar que haja uma estrutura uniforme de consumo e acesso é não levar em conta a enormidade de diferenças que o país apresenta também nisso. Não é razoável supor que essa variável será sempre a mais relevante a mais decisiva. Mesmo que irrelevante ela não me parece ser nunca”, finalizou.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

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