Pint of Science volta com a ciência aos bares na próxima semana

Iniciativa de divulgação científica busca incentivar troca de conhecimento entre pesquisadores e a população geral em bares de Juiz de Fora


Por Gabriel Magacho, estagiário sob supervisão de Fabíola Costa

06/11/2022 às 07h00

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Última edução do “Pint of Science” em Juiz de Fora ocorreu em 2019 (Foto: Gustavo Tempone/ UFJF)

Conversar sobre os mais variados tópicos da ciência entre goles de cerveja e descontração. Essa é uma das propostas do festival “Pint of Science”, considerado o maior festival de divulgação científica do mundo e que retorna a Juiz de Fora na próxima semana, após três anos sem encontros presenciais por conta da pandemia de Covid-19. No total, serão dois eventos realizados de forma simultânea na próxima terça (8) e quarta-feira (9), em dois bares na cidade, com pesquisadores dialogando com o público sobre os mais variados assuntos sob a ótica da ciência.

Na terça, as discussões serão em torno dos temas “População invisível, e eu com isso?”, com as professoras Viviane Pereira (UFJF) e Kíssila Teixeira (UniAcademia), no Bar do Luiz (Avenida Eugênio do Nascimento 240 – Aeroporto); e “A Química na vida: culpada ou inocente?”, no Experimental Container Bar (Avenida Rio Branco 3162 – Alto dos Passos), com os professores da UFJF Marcone Oliveira e Cristhiane Flôr. Na quarta, o papo no Bar do Luiz será “Troca de óleo: vamos renovar antes que tudo se acabe”, com os professores Adilson Silva (UFJF) e Marcelo Otênio (Embrapa); e no Experimental, “‘Espelho, espelho meu’, existe limite para a estética?”, com Luana Ferreira e Moacir Marocolo, da UFJF. Todos os encontros acontecem às 19h30.

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Conversar sobre os mais variados tópicos da ciência entre goles de cerveja e descontração é o objetivo do evento (Foto: Maria Otávia Rezende/ UFJF)

Química em tudo

Cristhiane Flôr e Marcone Oliveira pretendem demonstrar em sua exposição os caminhos pelos quais os processos químicos se tornam presentes em todos os lugares e circunstâncias. Para Oliveira, o festival é uma ótima oportunidade de desmistificar e clarificar os ruídos presentes na comunicação entre a academia e a sociedade como um todo, de maneira a desconstruir uma certa “prepotência” que, segundo ele, existe na própria ciência.

“Quando pensamos que o som é um movimento organizado das moléculas no ar, e que sentir atração por outra pessoa provoca reações químicas dentro de nós, podemos afirmar definitivamente que a química está presente em tudo. O grande problema, entretanto, é a maneira como a química é apresentada para a maioria das pessoas nos processos educacionais. Se pensarmos a química somente como o processo de decorar a tabela periódica, perdemos definitivamente todo o interesse em descobrir todo o universo englobado dentro da própria química”, explica o professor.

Limitações fisiológicas diante dos padrões estéticos

Luana Ferreira e Moacir Marocolo, por sua vez, querem demonstrar no evento “‘Espelho, espelho meu’, existe limite para a estética?” as transformações das últimas décadas na questão dos padrões estéticos. Marocolo indica que a própria pandemia mudou a maneira como nós mesmos nos vemos diante do espelho e das outras pessoas, tendo em vista a mudança no padrão de exposição interpessoal dos indivíduos no período.

“É importante destacar que, no momento, existe uma alta procura pelo uso de hormônios e anabolizantes por uma parte da população. Entretanto, essa mesma procura, que costuma ser feita por meios próprios e sem o aconselhamento médico adequado, esbarra numa questão muito pertinente e que não é muito vista pela maioria das pessoas: de que cada um possui suas próprias limitações fisiológicas”, explana o pesquisador.

“Ou seja, existe um limite em que o corpo deixa de perder gordura e também de ganhar massa muscular. Sendo assim, essa procura exacerbada por um padrão estético inalcançável pode tornar as pessoas dependentes de algo que talvez nem exista, além de colocá-las em risco de vida ou gerar um quadro depressivo por não conseguirem se realizar nesta questão.”

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