Olho nos Correios

Por Leandro Mazzini

Estatal assaltada há anos por um consórcio formado por expoentes ocultos do MDB, PTB e PT nos últimos 20 anos, os Correios ganharam atenção do atual Governo, que convocou para a missão o general Floriano Peixoto. O linha-dura tirou a estatal dos casos policiais e apontou o rumo para lucros seguidos desde 2019 – o que motivou o Ministério da Economia aventar a privatização da estatal. O plano ainda está em vigor, apesar da resistência dos funcionários. Causa mais apreensão a notícia que chegou a corredores da sede ontem. O presidente Jair Bolsonaro prevê uma visita hoje ao prédio, na Esplanada. Somente funcionários – servidores e comissionados – do alto escalão foram avisados da agenda misteriosa.

Prazo

Assim como a privatização da Eletrobras, o ministro Paulo Guedes tem prazo para destravar a venda, que é maio. Bancos e uma multinacional latina estão de olho nos Correios.

Em jogo

O que está em jogo nos Correios são os milhares de pontos próprios e franqueados, cobrindo 90% do país; o e-commerce; e o cadastro de milhões de brasileiros – o mailing oficial é um pote de ouro com acesso a potenciais consumidores.

Varredura

O GSI já mandara ontem fazer uma varredura na precursora da visita, em todo o prédio. Não havia confirmação, até o fechamento desta Coluna, se Bolsonaro realmente aparece hoje, e qual o interesse na agenda.

Assalto nas alturas

Segue a via-crúcis do brasileiro, vítima das gananciosas companhias aéreas. Não bastasse subirem as tarifas com a desculpa esfarrapada da guerra Rússia-Ucrânia, abusam do tempo do cliente indefeso.

E o lanchinho?

Um voo de Goiânia para Belo Horizonte hoje à noite, por exemplo, sai por quase R$ 3 mil e passa antes por até 3 conexões e aterrissa de manhã no destino. E o lanchinho? Sumiu do corredor.

Ação

A ação do Grupo Prerrogativas e deputados petistas contra Sergio Moro – na qual pedem a reparação pelos “enormes prejuízos financeiros, políticos e morais ao patrimônio público nacional e à Justiça brasileira” -, contrasta com os números pujantes da Lava Jato.

Leniência & repatriação

Dados do Ministério Público no Paraná mostram que, nos últimos sete anos, foram homologados acordos de leniência, de delação premiada e de repatriação que recuperaram R$ 25 bi desviados dos cofres públicos. Só a Petrobrás recuperou R$ 6,24 bilhões.

MP da Sucata

Caso o Congresso aprove a chamada Medida Provisória da sucata (MP 1.112/22), a ciência terá uma perda de cerca de até R$ 3 bilhões este ano. Os cálculos são do presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Fernando Peregrino.

Desvio

À Coluna, ele cita como exemplo a Universidade Federal do Rio (UFRJ) que recebe 22% dos recursos provenientes de petrolíferas – uma receita de até R$ 3 bi anuais. A MP desvia recursos para um programa de desmonte e sucateamento de caminhões. A pedido do Confies, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) prometeu agir para tentar derrubar a MP.

Meio expediente

Entre janeiro de 2019 – quando assumiu o Governo -, e fevereiro de 2022, Bolsonaro trabalhou, na média geral, 4,8 horas por dia. O dado foi pincelado da agenda oficial do presidente pelo cientista político Dalson Figueiredo, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Escravidão

O Ministério Público do Trabalho obteve liminar contra o fazendeiro Raul Alves Roberti, dono de uma propriedade de café em Vila Valério. Ele foi alvo de operação por manter cerca de 80 trabalhadores em condições análogas à escravidão.

ESPLANADEIRA

# Supermercados Mundial doa 20% dos lucros da linha Cafuné, da Unilever, para resgate de animais silvestres. # SC Johnson doou 25 mil repelentes contra mosquitos para três ONGs no Rio de Janeiro. # Ana Mariza Fontoura lança obra “O triunfo de Pelágio e o mundo sem a Graça”. # Editora Colli Books participa até dia 1º de maio do Flipoços virtual 2022, em Poços de Caldas (MG) # Sambatech registra crescimento de 29% no faturamento de 2021.

Leandro Mazzini

Leandro Mazzini

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